Quase mil mortes foram registadas nos últimos 30 anos, em todo o mundo
Bento XVI prestou homenagem, este Domingo, aos missionários e missionários que em todo o mundo “consagram a sua existência” ao anúncio do Evangelho, lembrando em especial os que foram vítimas de perseguição, raptos e assassinatos.
Diante dos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a recitação do Angelus, no Dia Mundial das Missões, o Papa referiu-se directamente às figuras do Pe. Ruggero Ruvoletto, recentemente assassinado no Brasil, e ao Pe. Michael Sinnot, sequestrado há alguns dias nas Filipinas.
Neste relato das dificuldades por que passam padres, religiosos e leigos católicos, Bento XVI lembrou as situações de “extremo sacrifício e amor a Cristo” que estão a ser descritas no Sínodo dos Bispos para a África, a decorrer no Vaticano.
Neste contexto, convidou à partilha “material e espiritual para ajudar as jovens igrejas dos países mais pobres”.
Para o Papa, este Dia das Missões constitui um apelo a “anunciar e testemunhar o Evangelho a todos, em especial aos que ainda não o conhecem”.
“É a luz do Evangelho que orienta o caminho dos povos e os guia rumo à realização de uma grande família, na justiça e na paz, sob a paternidade do único Deus, bom e misericordioso”, precisou.
Esta mensagem de esperança, disse Bento XVI, surge como “força de amor, de liberdade, de solidariedade e de respeito pela dignidade de cada homem”.
O Papa invocou a intercessão dos patronos das missões sobre a Igreja e pediu orações pelos trabalhos do Sínodo, que entram na sua última semana.
Quase mil mortes
20 agentes pastorais foram assassinados enquanto desempenhavam a sua missão nos cinco continentes, no ano de 2008. O número é praticamente idêntico ao de 2007 (21), segundo a agência do Vaticano para o mundo missionário.
A Fides revela que desde 1980 morreram 912 missionários, com destaque para as vítimas provocadas pelo genocídio do Ruanda, em 1994. Desde 2001 houve já 193 mortes registadas pela agência do Vaticano.