Papa: Igreja Católica «sofre muito com os corações fechados»

Francisco evocou Santo Estevão, primeiro mártir do cristianismo

Cidade do Vaticano, 02 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje no Vaticano para o desafio de enfrentar uma sociedade “fechada no coração e nos ouvidos”, por parte da Igreja Católica.

Na homilia da missa desta manhã, na Casa de Santa Marta, Francisco frisou que “nos corações” dos algozes de Estevão, primeiro mártir cristão, “não havia lugar para o Espirito Santo”, porque estavam “cheios” de si próprios, das suas leis, de uma mentalidade “autossuficiente” que não admite outra alternativa.

Um contexto de repressão que hoje continua a marcar a missão da Igreja Católica em inúmeros países do mundo.

“A Igreja sofre muito, muito por isso: corações fechados, corações de pedra, corações que não se querem abrir, que não querem ouvir; corações que conhecem apenas a linguagem da condenação, que sabem tudo, não precisam de explicações”, salientou o Papa argentino.

Na sua reflexão, publicada pela Rádio Vaticano, Francisco recorreu a uma expressão bíblica que retrata a importância de trocar um “coração de pedra por um de carne”, e deu o exemplo dos “discípulos de Emaús”, em comparação com os homens que “apedrejaram Estevão”.

“Há vários modos de não entender a Palavra de Deus”, lembrou o Papa, referindo que no caso dos discípulos de Emaús, que encontraram Jesus Ressuscitado, eles “não entendiam, tinham medo porque não queriam problemas, mas eram bons, abertos à verdade”.

“E quando Jesus os repreende, deixam entrar as suas palavras e seu coração se aquece”, acrescentou.

No caso de Estevão, os que o executaram “estavam furiosos, não queriam ouvir”, tal como aqueles que “mataram os profetas porque diziam coisas que não gostavam”.

“É este é o drama de um coração fechado”, apontou Francisco, que na sua homilia pediu para todos a graça de uma mente aberta à “ternura de Deus”, que “é capaz de transformar um coração de pedra num coração de carne”.

O Papa enalteceu ainda todos quantos se destacaram ao longo da história da Igreja Católica com um “testemunho de obediência”, ao Evangelho e à Palavra de Deus.

“Hoje, olhemos para a ternura de Jesus: testemunha da obediência, grande testemunha. Jesus, que deu a vida, mostra-nos o carinho de Deus por nós, pelos nossos pecados e sofrimentos”, concluiu.

JCP

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