Francisco participou no Congresso Internacional de Catequese onde afirmou que é preferível uma Igreja “acidentada” do que “adoentada”.
Cidade do Vaticano, 27 set 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco encontrou-se hoje com os participantes no Congresso Internacional de Catequese desafiando-os a percorrer “novas estradas” para anunciar o Evangelho nas periferias, às crianças que não sabem fazer “sinal da cruz”.
Na Aula Paulo VI, no Vaticano, o Papa pediu aos catequistas para não terem medo de correr riscos, afirmando que é preferível ter um acidente do que ficar doente.
“Quando nós cristãos nos fechamos no nosso mundo, no nosso movimento, na nossa paróquia, no nosso ambiente, permanecemos fechados e sucede o que acontece a tudo o que está fechado: quando um quarto fica fechado começam cheiros da humidade. E se uma pessoa se fecha naquele quarto, adoece”, referiu.
Para o Papa, quando “um cristão se fecha no seu grupo, na sua paróquia, no seu movimento, adoece”, sendo por isso necessário “ter coragem de sair”, percorrendo estradas desconhecidas, nas “periferias”, mesmo correndo o risco de “ter um acidente”.
“Prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma Igreja adoentada! Uma Igreja, um catequista que tenha coragem de correr o risco para sair a um catequista que estudo, que saiba tudo, mas permanece fechado: isto é doentio. E por vezes é doente da cabeça”, afirmou o Papa.
“Se sairmos para levar o Seu Evangelho com amor, com verdadeiro espírito apostólico, Ele caminha connosco, precede-nos, premeia-nos”, recordou Francisco.
Como na diocese de Buenos Aires, o Papa disse que há muitas crianças que “não sabem fazer o sinal da Cruz” e que constituem as periferias onde “é preciso ir”.
Na mensagem que dirigiu aos catequistas, Francisco afirmou a necessidade de “ser fiel e criativo”, adequando “sem medo” o anúncio aos diferentes contextos.
“Para ser fiel, para ser criativo, é preciso saber mudar. Saber mudar. E porque é necessário mudar? Para me adequar às circunstâncias onde devo anunciar o Evangelho. Para permanecer em Deus é preciso sair, não ter medo de sair. E se um catequista se deixa tomar pelo medo, é um covarde; se um catequista permanece quieto, acaba por se transformar numa estátua de museu: e nós temos tantos!”, afirmou o Papa.
O Congresso Internacional de Catequese termina amanhã, em Roma, e é promovido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, no âmbito das iniciativas que marcam o Ano da Fé.
Portugal está presente neste Congresso com uma delegação de 32 elementos de todas as dioceses de Portugal, os responsáveis do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Francisco dos Santos.
PR