Papa convida ao jejum e à esmola na Quaresma

Atenção aos mais pobres, em especial os que vivem a ameaça da fome, nos apelos lançados desde o Vaticano aos católicos de todo o mundo O Vaticano apresentou esta Terça-feira a mensagem de Bento XVI para a Quaresma, com um apelo ao jejum e à esmola nesse tempo de preparação para a Páscoa, tendo em vista a ajuda aos mais desfavorecidos. O texto do Papa inspira-se numa passagem do Evangelho segundo São Mateus: “Jesus, após ter jejuado durante 40 dias e 40 noites, por fim, teve fome”. Segundo Bento XVI, “escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente”. “Precisamente para manter viva esta atitude de acolhimento e de atenção para com os irmãos, encorajo as paróquias e todas as outras comunidades a intensificar na Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cultivando de igual modo a escuta da Palavra de Deus, a oração e a esmola”, aponta. O Papa admite que, nos nossos dias, a prática do jejum “parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido antes, numa cultura marcada pela busca da satisfação material, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo”. “Jejuar sem dúvida é bom para o bem-estar, mas para os crentes é em primeiro lugar uma «terapia» para curar tudo o que os impede de se conformarem com a vontade de Deus”, escreve. Bento XVI procura explicar que “valor e que sentido tem para nós, cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento”, frisando que a prática do jejum “pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o coração ao amor de Deus e do próximo”. Na conferência de imprensa em que foi apresentada a mensagem, Josette Sheeran, directora-executiva do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, disse que o apelo do Papa “ajuda-nos a recordar que a fome cresce em todo o lado”. “Estar ao serviço de quem tem fome é um apelo moral que une os povos de todas as fés”, acrescentou. Depois de ter apresentado uma série de projectos do PAM em vários países, Josette Sheeran defendeu que “cada um de nós tem uma escolha: passar sem parar junto de quem tem necessidade ou agir para ajudá-lo. Nesta Quaresma, escolhamos um mundo livre da fome”. Já o Cardeal Paul Josef Cordes, Presidente do Conselho Pontifício “Cor Unum”, frisou que é necessário um compromisso para “abrir o coração e as mãos a quem está em necessidade”. Este responsável falou na expansão do mercado de “wellness” para sublinhar que a mensagem da Quaresma para 2009 entra “numa certa contradição com a tendência social”. Depois de ter citado a importância do jejum no budismo e no islamismo, o Cardeal Cordes disse que para os cristãos, esta prática é mais do que “uma luta contra o poder da matéria sobre o homem”, estando aberta ao mundo. O Presidente do Conselho Pontifício “Cor Unum” lembrou ainda, em conclusão, que é na Quaresma que as Dioceses procuram apoio financeiro para os seus projectos, olhando também para as Igrejas mais pobres. Notícias relacionadas • Mensagem de Bento XVI para a Quaresma 2009

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Agência ECCLESIA

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