Papa condena assassinato de sacerdote no Iraque

Bento XVI apela ao fim do ódio e à construção da paz e da justiça num país martirizado pela violência Bento XVI manifestou-se “profundamente entristecido” pelo assassinato de um padre da Igreja Católica de rito caldeu e três diáconos, abatidos este Domingo diante de uma igreja em Mossul, no norte do Iraque, após a celebração eucarística. Num telegrama enviado a D. Paul Faraj Rahno, Bispo de Mossul, o Papa condena o “assassinato sem-sentido” do Pe. Ragheed Aziz Ganni e dos diáconos Basman Yousef Daoud, Ghasan Bidawid e Wadid Hanna, enviando condolências aos familiares e a toda a comunidade cristã. Através do Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, o Papa apela a todos os homens e mulheres de boa vontade para que o sacrifício destes cristãos não seja em vão e inspire “uma resolução renovada para rejeitar o ódio e a violência” e uma cooperação na “reconciliação, justiça e paz” para o Iraque. O Pe. Ragheed Ganni, de 34 anos, foi abatido a tiro frente à igreja do Espírito Santo, juntamente com três diáconos da comunidade caldeia, uma das mais antigas do mundo. “Um grupo armado matou a tiros o padre Ragheed Ganni, de 34 anos, e três dos seus colaboradores, pouco depois da missa dominical”, informou a agência Asianews, acrescentando que, muito tempo depois dos factos, “os corpos ainda estavam nas ruas porque ninguém ousava recuperá-los, devido ao clima de tensão”. Segundo fontes policiais, “o padre e três diáconos foram vítimas do disparo de armas automáticas diante da igreja no bairro de Nur, em Mossul, após a missa que terminou às 19H30 (15H30 GMT). O sacerdote e os diáconos chegaram a sair de carro do local, mas a uma centena de metros um veículo bloqueou a rua e saíram dele quatro homens armados”. O Padre Regheed foi o primeiro padre católico a ser morto no Iraque desde 2003. No ano passado, em Mossul, tinha sido assassinado um clérigo sírio-ortodoxo, Pe. Paul Iskandar. A perseguição contra os cristãos tem vindo a agravar-se nas últimas semanas e ainda esta sexta-feira tinha chegado a notícia da ocupação, por extremistas islâmicos, do Convento das Irmãs do Coração de Jesus, em Bagdad, que serve agora como base de operações para terroristas. As comunidades caldeias representam umas das mais antigas das igrejas cristãs do Oriente, remontando a sua origem ao século II. As suas raízes são testemunhadas por mosteiros e conventos dos séculos V e VI. Esta Igreja Caldeia, chamada Igreja Assíria do Oriente, obteve a autonomia no concílio de Markbata, em 492, com a possibilidade de eleger um patriarca com o título de “Católico”. As celebrações conservam o uso do aramaico e possuem gestos, espaços e ritmos muito especiais, que remontam ao tempo dos primeiros apóstolos, em alguns casos.

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