Papa conclui viagem política e religiosa à Terra Santa

Oito dias na Jordânia, Israel e territórios palestinos deixaram perspectivas de paz para o futuro no Médio Oriente Bento XVI deixou esta Sexta-feira o território de Israel, concluindo assim uma viagem de oito dias à Terra Santa, que começara na Jordânia e incluiu uma passagem nos territórios palestinos, em Belém. O Papa chamou as atenções do mundo para a situação dos cristãos na região e destacou-se pelas suas tomadas de posição em relação ao conflito israelo-palestino, defendendo de forma inequívoca a criação de um Estado independente na Palestina e a necessidade de um reconhecimento universal do Estado de Israel, condenando todas as manifestações de violência, fanatismo ou anti-semitismo. Quanto às relações entre os fiéis das grandes religiões que reconhecem esta terra como santa, o discurso papal procurou sempre partir da relevância da religião na sociedade do século XXI para depois apelar ao diálogo e à convivência pacífica entre judeus, cristãos e muçulmanos. Sob a sombra da viagem de João Paulo II em 2000, o actual Papa soube deixar para a história vários gestos, palavras e imagens, desta vez não tanto junto do Muro das Lamentações, mas no muro da Cisjordânia, que dominou a visita de Bento XVI a Belém – símbolo, como o próprio reconheceu, do impasse das negociações entre israelitas e palestinianos, perante a impotência da comunidade internacional. Outros momentos marcantes foram a evocação das grandes religiões monoteístas no Monte Nebo (Jordânia) ou na Mesquita de Amã, o encontro no Yad Vashem, com uma clara condenação do Holocausto e de quantos o negam, e a viagem entre a Mesquita da Cúpula da Rocha o Muro das Lamentações, em Jerusalém. A pequena comunidade cristã não faltou à chamada, abrilhantando uma visita que sofreu com a indiferença de Amã e a obsessão securitária em Israel. Em Nazaré, um convite que é mais um desafio: “Tende a coragem de ser fiéis a Cristo e permanecer na terra que Ele santificou com a sua própria presença”. A visita do Papa foi um claro estímulo para a comunidade cristã – cujo estatuto social, político e económico tem sido cada vez mais afectado -, que ao longo das últimas décadas tem emigrado em massa da Terra Santa, colocando mesmo em risco a preservação dos Lugares Santos paras as várias Igrejas. Na cerimónia de despedida, em Telavive, Bento XVI foi acompanhado por Shimon Peres e Benjamin Netanyahu, presidente e primeiro-ministro de Israel. O Papa passou em revista os vários momentos da sua estadia no país, reafirmando em particular a sua condenação do “terrível episódio” da Shoah. Falando a israelitas e palestinos, Bento XVI disse ter vindo como seu “amigo” e deixou uma mensagem final: “Nunca mais o derramamento do sangue, confrontos, terrorismo, guerra. Rompamos o círculo vicioso da violência” “Seja universalmente reconhecido que o Estado de Israel tem o direito a existir, gozando paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Seja igualmente reconhecido que o povo palestino tem o direito a uma pátria independente, soberana, a viver com dignidade e deslocar-se livremente”, afirmou o Papa, novamente em defesa da solução dos dois Estados como forma de chagar a uma paz justa e duradoura. Bento XVI falou da “visão triste” do muro na Cisjordânia e revelou ter rezado por “um futuro de paz”. “A todos digo: «obrigado e que o Senhor esteja convosco. Shalom”, concluiu. FOTO: Lusa Todas as notícias da viagem • Bento XVI na Terra Santa

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