Papa apoia Estado palestino

Dia em Belém marcado pelas mensagens em favor do diálogo, da reconciliação e da paz, condenando Muro da Cisjordânia e embargo a Gaza Bento XVI cumpriu esta Quarta-feira a única etapa nos territórios palestinianos da sua viagem à Terra Santa, deixando mensagens inequívocas em favor da criação de um Estado palestino, livre e soberano, contra o embargo a Gaza e condenando a construção do muro israelita na Cisjordânia. Acompanhado em vários momentos pelo presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, o Papa apelou às negociações multilaterais, com a ajuda da comunidade internacional, e a uma solução política para o conflito israelo-palestino. O último compromisso do nos territórios palestinos foi a visita de cortesia ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), no palácio presidencial de Belém. Ali, o Papa encontrou-se também com representantes de algumas comunidades palestinas de Gaza e da Cisjordânia. Na cerimónia de despedida, Bento XVI quis agradecer ao presidente da ANP pela sua hospitalidade, revelando “grande emoção” por ter escutado também o testemunho dos residentes, que falaram das condições de vida na Cisjordânia e em Gaza. “Asseguro a todos que vos tenho no meu coração e anseio ver paz e reconciliação nestas terras atormentadas”, enfatizou. Num balanço do seu dia, o Papa expressou a alegria de ter podido celebrar Missa com uma grande multidão de fiéis no lugar onde nasceu Jesus Cristo, “luz das nações e esperança do mundo”. Referindo-se ao muro da Cisjordânia, que separa os vizinhos e divide as famílias, Bento XVI exortou os presentes a olharem para o futuro: “Embora os muros possam ser facilmente construídos, todos sabemos que não duram eternamente. Mas antes é necessário remover os muros que construímos em volta dos nossos corações, as barreiras que erigimos contra o nosso próximo”. “Eis o motivo pelo qual, ao despedir-me de vós, quero renovar o meu apelo à abertura e à generosidade de espírito, ao fim da intolerância e da exclusão. Por mais que um conflito possa parecer profundo e sem saída, existem sempre motivos para esperar que possa ser resolvido, que os esforços pacientes e perseverantes daqueles que trabalham pela paz e a reconciliação, no fim, darão os seus frutos”, declarou. O Papa deixou ainda o desejo de que o povo palestino possa finalmente gozar da paz, liberdade e estabilidade de que há tanto tempo tem sido privado e assegurou, nesse sentido, o empenho da Santa Sé e o seu pessoal: “Aproveitarei qualquer oportunidade para exortar aqueles que estão envolvidos nas negociações de paz a trabalharem por uma solução justa que respeite as legítimas aspirações de ambos, israelitas e palestinos”. Neste local, Bento XVI anunciou que a Santa Sé deseja estabelecer brevemente, de acordo com a Autoridade Palestina, a Comissão Bilateral de Trabalho Permanente que foi delineada no Acordo de base, assinado no Vaticano no dia 15 de Fevereiro do ano 2000. Esta Quinta-feira, sétimo dia da peregrinação à Terra Santa, o Papa passará todo o dia em Nazaré, na Galileia, onde terá um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu e visitará vários locais ligados à vida de Jesus. O dia inicia-se com uma Missa no Monte do Precipício em Nazaré. Segundo os Evangelhos, Jesus foi ali levado para ser atirado desde o penhasco, após um sermão na sinagoga. A montanha encontra-se perto de Nazaré e tem vista para o Vale de Jezreel e outras paisagens da Galileia. As ruínas da Capela da Virgem do Medo encontram-se perto do monte, lembrando o receio que Maria terá sentido quando a multidão tentou atirar Jesus ao precipício. Bento XVI visitará ainda a Gruta e a Basílica da Anunciação, construída sobre a gruta onde, segundo os Evangelhos, Maria recebeu a visita do Anjo Gabriel a anunciar o nascimento de Jesus. Trata-se do quinto edifício construído neste lugar sagrado. O primeiro, que segundo a tradição foi mandado construir por Helena, mãe de Constantino, data de 356. Sucessivamente outras igrejas foram construídas pelos Bizantinos, Cruzados e Franciscanos, cujo santuário foi destruído em 1955 para deixar lugar à actual Basílica terminada em 1969. No centro da nave principal abre-se a entrada à cripta onde fica a “Gruta de Nossa Senhora”, no interior da qual uma coluna com a inscrição “Ave-Maria” indica o lugar onde apareceu o Anjo.

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