Bento XVI convida a uma convivência pacífica na Terra Santa

Papa dedica dia à cidade de Nazaré, centrado na comunidade cristã Bento XVI visita esta Quinta-feira a cidade de Nazaré, na Galileia, que os Evangelhos identificam como a terra de Jesus. Neste lugar simbólico para a comunidade cristã, o Papa deixou apelos em favor de uma “convivência pacífica” entre os fiéis das várias religiões. “Nazaré sentiu, em anos recentes, tensões que feriram as comunidades muçulmana e cristã. Insto as pessoas de boa vontade de ambas as comunidades a repararem o mal cometido e, fiéis à sua crença comum em Deus, Pai da família humana, actuarem para construir pontes e para encontrar caminhos de convivência pacífica”, disse na homilia da Missa celebrado no Monte do precipício. “Que todos ponham de lado o poder destrutivo do ódio e dos preconceitos, que ainda antes de matar o corpo, mata a alma”, acrescentou, perante cerca de 40 mil fiéis. O Papa deixou uma “palavra de gratidão e louvor” aos que procuram “levar o amor de Deus às crianças desta cidade e educar as gerações futuras nos caminhos da paz”. Em particular, Bento XVI falou das instituições da Igreja Católica na área da educação e da assistência, que considerou fundamentais para “derrubar os muros” e oferecer “um terreno fértil de encontro, diálogo, reconciliação e solidariedade”. Nesta Missa, o Papa abençoou a primeira pedra de cinco novas estruturas católicas na Terra Santa, incluindo o Centro Internacional para a Família, o parque memorial João Paulo II e a Universidade “Papa Bento XVI”. Nazaré é a maior cidade árabe de Israel (60 mil habitantes), com 30 por cento de cristãos. Família A celebração marcou a conclusão do “Ano da Família” promovido pela Igreja Católica da Terra Santa, pelo que Bento XVI se referiu a este evento logo no início da homilia, referindo em especial a construção do Centro Internacional para a Família: “Rezemos para que o Centro possa promover uma sólida vida familiar nesta região, oferecer apoio e assistência às famílias de todas as partes e encorajá-las na sua insubstituível missão na sociedade”. Sublinhando, neste contexto, “a sacralidade da família”, o Papa disse que “os homens e mulheres do nosso tempo têm necessidade de reencontrar e fazer sua esta verdade fundamental, que está na base da sociedade”. Bento XVI recordou “o dever do Estado de apoiar as famílias na sua missão educativa, proteger a instituição familiar e os direitos inerentes e assegurar que todas as famílias possam viver e desenvolver-se em condições de dignidade”. “Nazaré lembra-nos a necessidade de reconhecer e respeitar a dignidade e papel que Deus deu à mulher, assim como os seus talentos e carismas particulares. Tanto como mães, na família, como presença vital no mundo do trabalho e nas instituições da sociedade, ou ainda na especial vocação de seguir o Senhor com os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência – as mulheres têm uma função indispensável para criar aquela «ecologia humana», de que o nosso mundo e esta terra tão urgentemente carecem”, referiu ainda. No início da Missa, o ordinário grego-melquita para a Galileia, Elias Chacour, saudou Bento XVI, agradecendo a bênção do Centro da família, a primeira instituição académica árabe cristã na Terra Santa. Em Nazaré, o Papa terá esta tarde um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, e visitará vários locais ligados à vida de Jesus. FOTO: Lusa

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