Palavra do Vaticano

A apresentação da encíclica, no Vaticano, esteve a cargo dos Cardeais Albert Vanhoye, professor emérito de exegese do Novo Testamento no Instituto Bíblico Pontifício, e Georges Marie Martin Cottier, Pro-Teólogo emérito da Casa Pontifícia. D. Vanhoye sublinhou na sua intervenção a pertinência do tema escolhido pelo Papa, a Esperança “iluminadora, encorajante e estimulante”. “Nesta nova encíclica, deparamo-nos com o Papa, profundo teólogo e, ao mesmo tempo, pastor atento às necessidades do seu rebanho”, declarou. Este especialista destacou “as páginas comoventes” com testemunhos de esperança de Santo Agostinho, Santa Josefina Bakhita, o mártir vietnamita Paulo Le-Bao-Thin e o Cardeal Nguyen Van Thuan. “De facto, a fé cristã não consiste, antes de mais, em aceitar um certo número de verdades abstractas, mas consiste em dar a sua própria adesão pessoal à pessoa de Cristo, para ser salvos por Ele e introduzidos na comunhão divina. A verdadeira esperança vem do encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro, por meio de Jesus Cristo”, referiu D. Albert Vanhoye. Longe de ser individualista, a “verdadeira esperança cristã” deseja ser “uma salvação comunitária”, pressupondo “o êxodo da prisão do próprio eu”. O Cardeal Georges Cottier, por seu lado, destacou a “ampla meditação sobre a esperança como dimensão essencial da existência cristã, com a sua beleza e a sua força de libertação, que nos oferece a encíclica Spe salvi, possui ainda um convite a reflectir em profundidade sobre a situação espiritual do nosso tempo”. A evocação de Cristo como “verdadeiro filósofo” serve, segundo este teólogo, para “perceber como a esperança cristã é decisiva para a cultura e o autêntico humanismo”. D. Cottier destacou a “questão antropológica” presente no texto, especialmente a partir de Santo Agostinho, Doutor da Igreja que “colocou em evidência o paradoxo do desejo fundamental que move o homem na busca da verdadeira vida, da felicidade, da vida eterna”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top