Padres de Vila Real preocupados com crise na região

Clero reunido acusa poder central de «falta de coragem para correcções estruturais» Os padres de Vila Real acusam o “poder central” de “falta de coragem para correcções estruturais” e que juntamente com a actual crise socioeconómica vota a região interior à desertificação e dificuldades várias. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o conselho presbíteral acusa também os dirigentes do sector vitivinícola, “mormente aos órgãos de algumas adegas cooperativas, que, consciente ou inconscientemente, têm seguido políticas que não correspondem aos legítimos interesses dos seus associados”. A reunião que juntou o Bispo Diocesano, D. Joaquim Gonçalves, o Bispo Coadjutor, D. Amândio Tomás, e o Conselho de Presbíteros da Diocese de Vila Real reflectiu sobre as condições em que “homens e mulheres que vivem por terras de Trás-os-Montes e Alto Douro” e afirmou acompanhar com “preocupação a realidade”. “Embora não haja consciência disso, pelo facto de os meios de comunicação social a não referirem”, a realidade em Vila Real “acentua o fenómeno migratório, com uma irrecuperável e sistemática desertificação do interior”. A ausência de indústrias ou fábricas a fechar com o consequente despedimentos de empregados, esconde as dificuldades de empregabilidade nesta região do país. Os sacerdotes afirmam que “não se têm constituído microempresas” e que existe um “fortíssima crise na construção civil, com empresas já extintas e outras em risco de o serem” o que conduz “largos sectores da população, mormente os jovens, perderam o emprego na construção civil em Espanha”. “Os pequenos proprietários rurais estão em risco de insolvência e há o perigo de uma concentração, ainda maior, da propriedade nas mãos de empresas comerciais, as quais, obviamente, só cultivarão as vinhas e só darão trabalho se isso for rentável”, acusam os sacerdotes. A reunião do Conselho presbiteral serviu ainda para traçar planos da diocese para o próximo ano pastoral. Afirmaram os sacerdotes que em ano da celebração dos 50 anos de ordenação sacerdotal de D. Joaquim Gonçalves, esta data deverá conduzir o Palno Pastoral. Nesta linha, para além das actividades a desenvolver pelos diversos sectores da pastoral, propôs-se a realização, a 4 e 5 de Junho de 2010, de dois dias intensos de formação litúrgica para leigos e sacerdotes, particularmente voltada para os Ministros Extraordinários da Comunhão e Animadores de Assembleias Dominicais na ausência do Presbítero. Esta acção de formação terminará com a celebração do Dia da Diocese, a 6 de Junho. Outro tema a marcar o plano pastoral será o «Ano Sacerdotal» e a dinamização na diocese da Jornada Mundial da Juventude, a decorrer em Madrid, em Agosto de 2010. O conselho de presbíteros analisou ainda a celebração das festas religiosas e indicou um “esforço” para se “reconduzir ao seu verdadeiro espírito de culto divino, piedade popular esclarecida e são convívio em meios isolados”. Para continuar o esforço de formação, o Conselho reafirmou a “impossibilidade de comissões auto-nomeadas organizarem programas sem o assentimento da Comissão Fabriqueira, presidida pelo Pároco” e pediu à autoridade diocesana que faça actualizar as normas em vigor, datadas de 1993.

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