Encontro de reflexão nas Lameiras Os idosos são pessoas de sabedoria, foi afirmado num encontro de reflexão sobre “O Lugar do Idoso na família” no passado dia 21 de Dezembro à noite, no Centro-de-dia da Associação de Moradores das Lameiras, promovido em parceria entre a LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos da Paróquia de Antas e o Centro Social e Comunitário da AML. Foram oradores principais nesta actividade, Carla Carvalho e Fátima Curto, coordenadoras do Sector de idosos da AML e o Pe. Avelino Cardoso da LOC/MTC. Da reflexão apresentada e do debate que se seguiu todos foram unânimes que o lugar do idoso deve ser na família. No entanto, os tempos mudam, os conceitos de trabalho também e uma grande maioria de famílias deixa de ter condições para manter os seus idosos em casa, tendo necessidade, que recorrerem ao apoio das instituições. Foi referido que a situação dos idosos de hoje, também é parecida com a que se passou há alguns anos, quando as primeiras crianças foram levadas para os infantários. Naquela altura, a sociedade aceitava mal que as crianças fossem para os infantários. Hoje, a maioria das mulheres trabalham e o salário dos dois membros do agregado familiar, em conjunto, e nalguns casos, é mais pequeno do que o salário do chamado “chefe de família” há quarenta anos atrás. Foi referido ainda, a importância de que o idoso possa viver os últimos tempos da sua vida com dignidade e qualidade, proporcionando sempre um envelhecimento activo: que seja ouvido, que tenha vez e voz, que intervenha nas actividades e lhes sejam proporcionadas as devidas autonomias. Segundo os oradores, “os idosos são pessoas de sabedoria e transmissores de cultura” e nem sempre os mais novos sabem aproveitar ao máximo este saber acumulado ao longo de gerações. Se não é possível à família manter as pessoas idosas na sua casa de origem, devem recorrer aos lares das diversas Instituições. É bom que não se esqueçam deles nestas instituições ou nos hospitais, onde muitos ficam “esquecidos” à espera que alguém os venha visitar ou os vá buscar, respectivamente. No decorrer dos trabalhos uma das oradoras, lembrou todos aqueles que se têm empenhado no Associativismo, e mais concretamente os fundadores da Associação de Moradores das Lameiras e os actuais dirigentes que há 23 anos fundaram e gerem com qualidade uma série de valências de apoio à infância e terceira idade. Se não fossem estas pessoas hoje, não haveriam as condições existentes para acolher idosos em lar, em Centro-de-Dia e em Serviços de Apoio Domiciliário e, se calhar, não estávamos neste espaço a reflectir sobre um assunto tão importante. As cerca de quatro dezenas de pessoas que participaram nesta iniciativa, congratularam-se com o debate, que não terminou e que necessita de ser mais aprofundado e prosseguido, quer no interior das famílias, quer junto dos idosos, nas instituições e também nos pequenos grupos de cidadãos. Uma iniciativa que valeu a pena, dada a sua actualidade da hora presente.