Madeirense a caminho dos altares

Abertura do processo diocesano de Canonização da Madre Virgínia, falecida em 1929 As Irmãs Clarissas do Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade, em Câmara de Lobos, Ilha da Madeira, acabam de receber, no ano em que celebram os 75 anos da sua fundação, o Nihil Obstat. Documento da Santa Sé que possibilita a abertura do Processo Diocesano de Canonização da Madre Virgínia Brites da Paixão. A Madre Virgínia nasceu em 1860, no Lombo dos Aguiares, cidade do Funchal. Aos 12 anos sentiu-se impelida a consagrar-se ao Senhor, tendo entrado no Mosteiro das Mercês em 1881. A 30 de Setembro de 1897, dia da morte de Teresa de Lisieux, achando-se gravemente doente, foi miraculosamente curada pela intercessão e auxílio de Santa Teresa do Menino Jesus. Alma simples e de grande piedade eucarística, aceitou, com relutância, o ofício de Abadessa do dito mosteiro em 1909. Apesar do ambiente político adverso às ordens religiosas, no Funchal a vida contemplativa persistiu nas Mercês até à instauração da República, graças à fama de santidade do mosteiro e à benevolência das autoridades locais. Com a mudança política, as irmãs refugiaram-se em duas casas, pertencentes à família, em Câmara de Lobos. Quanto à Madre Virgínia recolheu-se à casa dos seus pais, a fim de não levantar suspeitas e, sempre que possível, visitava e animava as suas irmãs que continuavam a viver ao ritmo da vida no mosteiro. No cimo do Lombo dos Aguiares foi-se difundindo o perfume das suas virtudes e santidade, procurando-a muitos fiéis em busca de auxílio espiritual, entre os quais a família do Beato Carlos de Aústria, exilado na Madeira. Jesus confidenciou-lhe a 15 de Agosto de 1913: “Tu serás para o Coração Imaculado de minha Santíssima Mãe, o que foi Margarida Maria para o meu Divino Coração”. Confirmada pelo seu confessor, Pe. Prudêncio da Costa, comunica-lhe o desejo, que Cristo lhe manifestara, de promover-se o culto público e universal ao Imaculado Coração de Maria e a definição do dogma da Assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma. Para tal constituiu-se a Confraria do Imaculado Coração de Maria e projectou-se a erecção de um templo. Quer em Roma quer no Funchal, erigiram-se os referidos templos por intermédio, respectivamente, de D. Manuel Agostinho Barreto, Bispo do Funchal, e do Papa Bento XV que reservara um terreno para esse efeito, erigindo-se ali a actual Basílica do Imaculado Coração de Maria. Este passo decisivo, em ordem à canonização da Madre Virgínia, realiza-se no ano em que as irmãs do Mosteiro da Caldeira celebram os 75 anos da sua fundação. Na génese da sua fundação encontra-se o Pe. António Rodrigues Dinis Henriques que deixara, após a sua morte em 1914, a Capela de Nª Sra. da Piedade e propriedades anexas, com o intuito de ali ser construído o novo mosteiro. Após a morte da Madre Virgínia, em 1929, as últimas oito irmãs do extinto Mosteiro das Mercês, acompanhadas de duas candidatas, entraram no novo mosteiro a 16 de Abril de 1931. O Processo Diocesano iniciar-se-á com uma Eucaristia presidida pelo Bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria, no Mosteiro da Caldeira, seguindo-se a constituição do Tribunal Eclesiástico. Frei Nélio Mendonça, ofm

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top