Francisco lembrou situações de conflito no Médio Oriente e perseguição aos cristãos
Nova Iorque, Estados Unidos da América, 25 set 2015 (Ecclesia) – O Papa defendeu hoje na sede da ONU que o desarmamento nuclear deve ser uma prioridade da comunidade internacional, no compromisso de evitar o “flagelo” da guerra.
Na sua primeira visita à sede das Nações Unidas, Francisco contestou a tendência cada vez mais presente para “a proliferação das armas, especialmente as de destruição em massa, como o podem ser as armas nucleares”.
“Uma ética e um direito baseados sobre a ameaça da destruição recíproca – e, potencialmente, de toda a humanidade – são contraditórios e constituem um dolo em toda a construção das Nações Unidas, que se tornariam «Nações Unidas pelo medo e a desconfiança»”, advertiu.
Por consequência, o Papa disse que é preciso “trabalhar por um mundo sem armas nucleares”, aplicando plenamente, na letra e no espírito, o Tratado de Não-Proliferação para se chegar a uma “proibição total” destes instrumentos.
Francisco aludiu ao recente acordo sobre a questão nuclear, “numa região sensível da Ásia e do Médio Oriente” (Irão, ndr) como “uma prova das possibilidades da boa vontade política e do direito”, deixando votos de que este acordo seja “duradouro e eficaz”.
O Papa, que falou em espanhol, lamentou as intervenções políticas e militares “não coordenadas entre os membros da comunidade internacional”.
A este respeito, lembrou a “dolorosa situação” de todo o Médio Oriente, do Norte de África e de outros países africanos, “onde os cristãos, juntamente com outros grupos culturais ou étnicos e também com aquela parte dos membros da religião maioritária que não quer deixar-se envolver pelo ódio e a loucura” são perseguidos e vítimas da destruição.
“Estas realidades devem constituir um sério apelo a um exame de consciência por parte daqueles que têm a responsabilidade pela condução dos assuntos internacionais”, declarou.
Francisco acrescentou aos casos de perseguição religiosa ou cultural todas as situações de conflito – citando a Ucrânia, Síria, Iraque, Líbia, Sudão do Sul e a região dos Grandes Lagos.
“Nas guerras e conflitos, existem pessoas, nossos irmãos e irmãs, homens e mulheres, jovens e idosos, meninos e meninas que choram, sofrem e morrem”, advertiu.
A intervenção recordou ainda as vítimas do tráfico de droga, muitas vezes acompanhado pelo tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, exploração infantil e outras formas de corrupção.
OC