ONU: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável apresentam «metas mais ambiciosas»

Dignidade, pessoas, prosperidade, planeta, parceria e justiça são os setores incluídos

Lisboa, 16 dez 2014 (Ecclesia) – A diretora da Fundação Fé e Cooperação (FEC), Susana Réfega, considera que os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável apresentam metas “mais ambiciosas” e “não deixa ninguém para traz”.

“Estes objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) vão mais longe do que os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) na medida em que visam todos os países do planeta, não apenas os chamados ‘países em desenvolvimento’, e pretendem ‘não deixar ninguém para traz’. Ou seja, as metas são mais ambiciosas”, disse Suana Refega à Agência ECCLESIA

Os ODS, apresentados pelo secretário-geral das Nações Unidas, têm por horizonte ano 2030 e estão divididos em cinco partes: dignidade, pessoas, prosperidade, planeta, parceria e justiça.

“Trazem de forma mais clara para a agenda a sustentabilidade ambiental e as alterações climáticas que é uma urgência real. Outra novidade é a referência aos padrões de consumos que coloca cada cidadão bem no centro da responsabilidade do mundo que queremos construir”, analisa a Susana Refega.

Para a diretora da Fundação Fé e Cooperação (FEC), numa primeira análise os ODS, que têm como meta 2030, apresentam “algumas preocupações”, como o facto de serem “muito latos”, que pode gerar “dispersão e fatiga” na agenda política internacional.

O organismo da Conferência Episcopal Portuguesa indica também a ausência de uma “referência explícita” aos direitos humanos.

“Omitir a referência aos Direitos Humanos deixa espaço para a perpetuação de violações e abusos de direitos humanos em muitas geografias e contextos”, acrescenta.

Neste sentido, os ODS apresentam ainda vários desafios para as instituições católicas, nomeadamente, que nos lugares onde se encontram trabalhem para que se passe da “retórica política à realidade da vida das pessoas”, em particular nos contextos de “periferia”.

Os ODM, estabelecidos para um período entre 2000 e 2015, foram centrados em necessidades fundamentais, básicas, como alimentação, educação, saúde, e tinham como horizonte os países em desenvolvimento, “ainda numa lógica norte-sul”, agora, os ODS contemplam o “desenvolvimento global do planeta” e numa lógica “mais abrangente do que é o desenvolvimento”.

A diretora da Fundação Fé e Cooperação considera que os ODS apresentam uma “urgência real”, uma vez que as “desigualdades persistem”.

“A responsabilidade é hoje ainda maior do que em 2000, pois temos os meios, os recursos, a tecnologia para erradicar a pobreza à escala planetária”, alerta ainda Susana Refega.

A missão da FEC é "promover o desenvolvimento integral", a pessoa em todas as suas dimensões, e os ODS também “preconizam” uma noção de “desenvolvimento holístico da pessoa, da sociedade e do desenvolvimento”.

CB/PR

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top