Franciscanos: Religiosos fazem trabalho «silencioso» na Terra Santa

Curso sobre Justiça, Paz e Integridade da Criação abordou aumento «preocupante» das guerras

Foto: Antonianum

Roma, 28 mai 2024 (Ecclesia) – Frei Daniel Rodríguez Blanco, religioso franciscano, destacou o trabalho “maravilhoso, mas muito silencioso” que a ordem faz na Terra Santa, no atual contexto de guerra entre Israel e o Hamas.

“Longe das câmaras, dos flashes, estão a fazer muito. Às vezes é possível dizer alguma coisa, às vezes não. São contextos muito difíceis, muito está a ser feito, mas também falta muito por fazer e isso também é um desafio”, disse à Agência ECCLESIA, após participar no curso sobre Justiça, Paz e Integridade da Criação, uma iniciativa organizada pela Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), em colaboração com a Universidade Pontifícia ‘Antonianum’.

A edição de 2024, que decorreu na última semana, abordou “o preocupante aumento de conflitos e guerras”, referem os organizadores.

Frei Daniel Rodríguez Blanco alerta para a “situação de guerra que vive em tantos países”, muitas delas desconhecias da opinião pública.

O responsável destaca a vontade de trabalhar os temas da justiça e da paz que encontra para lá das “fronteiras da Ordem Franciscana”.

“Encontramos jovens que não são franciscanos, leigos que não são franciscanos, mas que sentem esta proximidade com a espiritualidade e estes temas”, relata o membro do Conselho Internacional da Justiça, Paz e Integridade da Criação da ordem religiosa.

O curso incluiu a partilha de experiências de construção de paz, como acontece em Nagasáqui, no Japão, cidade atingida por uma bomba atómica na II Guerra Mundial.

“Os franciscanos tiveram de construir, fazer processos de paz, de tecido social, até hoje”, refere o entrevistado.

Foto: Antonianum

Frei Hermínio Araújo, religioso português, participou neste curso, em Roma, e fala num “laboratório da paz e da reconciliação”, diante de uma situação “muitíssimo delicada”, a nível mundial.

O sacerdote evoca a figura de São Francisco de Assis, “um homem de paz”, como inspiração para o mundo contemporâneo, pedindo “uma diplomacia de prevenção” dos conflitos.

A preocupação estende-se ao pós-guerra, com a necessidade de experiências “concretas de reconciliação, de reconciliação a partir do humano”.

“Há todo um trabalho, um caminho de reconciliação que nunca pode terminar”, insiste.

Frei Hermínio Araújo defende uma “pedagogia” que permita conhecer melhor o documento sobre a fraternidade humana, assinado pelo Papa em 2019, na sua viagem a Abu Dhabi, juntamente com o grande imã de Al-Azhar.

PR/OC

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