Oficina do Peregrino na chegada do caminho

Frente à Oficina do Peregrino uma fila aguarda a sua vez. Nas imediações da Catedral – lugar primeiro na chegada à cidade de Santiago de Compostela, os peregrinos dirigem-se depois a este espaço que pretende acolher todos que ali chegam a pé, de bicicleta ou a cavalo. Cavalos não se vêem, mas algumas bicicletas e muitas mochilas, a par do cansaço e do pó do caminho de todos quantos chegam à cidade pelos seis caminhos. Genaro Severiano Franco é o responsável pela Oficina do Peregrino, local onde “se pretende dar uma atenção pessoal a cada pessoa”, afirma à Agência ECCLESIA. E assim é de facto. Quem se aproxima do balcão recebe um sorriso em troca da entrega da credencial onde constam os carimbos elucidativos do trajecto realizado. Adquirir a Compostela – documento religioso em latim que a Catedral emite como prova do cumprimento da peregrinação – é o principal objectivo dos peregrinos. Mas há todo um leque de solicitações a responder, e que os quatro funcionários esclarecem. Localização de albergues, visitas à Catedral de Santiago, horários e tantas outras informações de quem durante o caminho pensou apenas em chegar. Estes factores fazem parte do acolhimento imediato aos peregrinos. Mas existem outras preocupações. O caminho de Santiago é mundialmente conhecido. Consequência disso são as solicitações que lhes chegam. Celebrações eucarísticas, a participação dos peregrinos nas mesmas, o contacto com todas as associações jacobeias espalhadas pelo mundo, fazem parte do trabalho normal da oficina. Com excepção dos espanhóis, a Itália e a Alemanha ganham este ano vantagem em número de peregrinos, só depois chegam os franceses, garante o responsável pela oficina. Muitas línguas se falam nesta oficina do peregrino. Em cima de uma mesa encontra-se o Livro de testemunhos da peregrinação. Numa rápida vista de olhos, salta à vista “uma lição importante a dar aos filhos”, ou “antes de começar pensei que não seria capaz…”, ou ainda “caminho com muitas surpresas”. Assim descrevem no livro tantos que se sentiram chamados a peregrinar a Santiago. O mês de Julho e Agosto são especialmente cheiros, garante uma funcionária. A chegada dos peregrinos dá-se da parte da manhã “mas não há uma regra e no Verão é muito atípico”. 2010 será ano santo em Santiago de Compostela e muitas serão as preocupações. O número de peregrinos aumenta a par dos turistas também. Segurança, acolhimento “adequado e digno aos peregrinos” – que passa necessariamente pela acomodação – mas precaver todas as dimensões religiosas durante esse ano também. “Celebrações, vigílias, disponibilidade de sacerdotes, horários” são factores a ter em conta durante 365 das, aponta Genaro Franco. Nesse sentido, no próximo mês de Setembro terá lugar uma “primeira reunião preparatória” com o Arcebispo D. Julián Barrio. 90 % dos peregrinos declaram peregrinar a Santiago de Compostela por motivos religiosos. “Se isso corresponde de facto à verdade, não sabemos, mas a fé cristã continua a ser factor determinante para vir a Santiago”, dá conta Genaro Franco.

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