Óbito/Setúbal: Ramalho Eanes prestou homenagem a D. Manuel Martins, defensor dos mais desfavorecidos

Ex-presidente da República esteve no último adeus a um amigo

Leça do Balio, Porto, 26 set 2017 (Ecclesia) – O general Ramalho Eanes, ex-presidente da República Portuguesa, prestou hoje homenagem a D. Manuel Martins, recordando em particular pela sua defesa dos “mais desfavorecidos”.

Falando aos jornalistas antes da Missa exequial, celebrada no Mosteiro de Leça do Balio, terra natal do bispo emérito de Setúbal, Ramalho Eanes sublinhou que D. Manuel Martins utilizava a “sua voz vigorosa e o desassombro da denúncia”.

O bispo falecido este domingo, aos 90 anos de idade, “não se ficava apenas pelas palavras”, mas “empenhava-se na ação”, frisou o antigo presidente da República Portuguesa.

Na Diocese de Setúbal, D. Manuel Martins deixou um “trabalho notável e muitas foram as obras que ele desenvolveu para apoiar os pobres”, afirmou o general Ramalho Eanes.

O antigo chefe de Estado evocou o bispo emérito de Setúbal como um amigo e uma “voz profética”.

 “A Igreja é servida por homens e nem todos estão à altura daquilo que é a mensagem de Jesus”, acrescentou.

D. Manuel Martins era assim “um exemplo”, porque “estava à altura e conseguia que a mensagem divina chegasse aos irmãos”.

Ainda no último Natal, o casal Eanes almoçou com o bispo emérito, tendo o seu falecimento surgido como “uma surpresa desagradável”.

Manuel da Silva Martins nasceu a 20 de janeiro de 1927, em Leça do Balio, concelho de Matosinhos; foi ordenado sacerdote em 1951, após a formação nos seminários do Porto, seguindo-se a frequência do curso de Direito Canónico na Universidade Gregoriana, em Roma.

Pároco da Cedofeita, no Porto, entre 1960 e 1969, D. Manuel Martins foi nomeado vigário-geral da diocese nortenha em 1969, antes de seguir para Setúbal.

No dia 23 de abril de 1998, o Papa João Paulo II aceitou o seu pedido de resignação ao cargo de bispo de Setúbal.

HM/LFS/OC

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