O presidente da CEP

D. António Marcelino, Bispo de Aveiro e vice-presidente da CEP Os cargos da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) são todos atribuídos por eleição, não estão ligados a nenhuma diocese e não podem exercer-se por mais de dois mandatos seguidos. O Patriarca de Lisboa tem, como tal, por força dos Estatutos da Conferência, apenas uma prerrogativa, que é de sempre membro do Conselho Permanente. As razões deste facto são óbvias. D. José Policarpo, como qualquer outro bispo com cargos na CEP, foi, portanto, eleito. Iniciou o seu mandato de presidente em 1999 e foi reeleito para um segundo mandato que se completa em 2005. Terminado este, deixará a presidência, permanecendo membro do Conselho Permanente. Para o público em geral é importante esta informação, pois muitos continuam a pensar que o Patriarca de Lisboa é, por direito próprio, sempre o presidente da CEP. No momento de eleições, a sua foi uma eleição esperada, dada a sua capacidade teológica, o conhecimento da realidade portuguesa e o lugar que ocupava. Reeleito por reconhecido mérito e pela sua visão lúcida e aberta das pessoas e das situações, tem contribuído muito para a acção desenvolvida pela CEP nos anos. O facto de ser Cardeal e Bispo de Lisboa e de ter uma história longa e prestigiada de professor universitário, aliado à sua capacidade pessoal, tem-lhe permitido ocupar, com grande competência e êxito, o lugar cimeiro e decisivo do órgão máximo da Igreja em Portugal. O Presidente da CEP não exerce, porém, qualquer autoridade sobre os bispos diocesanos, nem sobre as outras dioceses. A Conferência Episcopal não é uma super estrutura eclesiástica, nem o seu Presidente o chefe da Igreja em Portugal. Como sinal de comunhão e de colegialidade pastoral, a CEP destina-se a exercer, em conjunto, funções pastorais a favor dos fiéis do país, promovendo assim o maior bem que a Igreja lhes oferece, por formas de apostolado ajustadas às circunstâncias do tempo e do lugar. É ainda a instância normal de diálogo com as instituições públicas e exprime como que o rosto da Igreja e da sua missão no nosso país. Um papel que se alarga na sua relação com as Igrejas dos países lusófonos e as suas congéneres da Europa. O Presidente actual da CEP, na sequência dos anteriores, tem tido um papel importante nesta acção. A Igreja, com uma progressiva feição conciliar e demarcada de expressões históricas ultrapassadas, vem-se afirmando, por documentos e orientações e não saindo do seu âmbito próprio, como um parceiro indispensável para o bem e para o desenvolvimento progressivo das pessoas e das comunidades. Um facto de fácil verificação.

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