José Luís Nunes Martins
Se lhe abrirem a porta, não é preciso muito tempo até que o orgulho tome conta de qualquer relação. Devorando-a sem que ninguém se aperceba. Chegando a um ponto em que as guerras e as indiferenças se vão sucedendo umas às outras. Não há paz, apenas ruínas e inquietações.
O orgulhoso é incapaz de sair de si e colocar-se no lugar do outro, compreendendo-o, ao mesmo tempo que alimenta a falsa certeza de que ele mesmo está certo e se está a tornar numa vítima do outro.
O orgulho é um dos resultados da ignorância arrogante. Devora tudo à sua volta, até mesmo os méritos verdadeiros. Quando se é soberbo, não se respeita ninguém, nem mesmo que lhe faz bem.
O orgulhoso é um egoísta cheio de vaidade que só é capaz de se valorizar a si mesmo.
O orgulho não é capaz de pedir. Para quem se julga o centro do mundo, a humildade é uma desonra.
O orgulho eleva-nos até ao alto de uma montanha, para de lá nos precipitar para o abismo da infelicidade mais profunda.
Numa qualquer relação, o orgulho impede de ceder e de perdoar, dois momentos fundamentais ao amor em cada dia.