«O migrante, antes de cidadão, é uma pessoa»

Multiculturalismo deve ser considerado fonte de renovação da sociedade, refere declaração final do 2.º Fórum Internacional sobre Migração e Paz

A declaração final do 2.º Fórum Internacional sobre Migração e Paz, realizado entre 1 e 3 de Setembro em Bogotá, capital da Colômbia, recorda que cada migrante é antes de tudo um “ser humano”.

“O migrante, antes de cidadão, é uma pessoa”, independentemente da sua condição temporária, constituindo “uma parte viva do desenvolvimento social, cultural, económico e político das nossas sociedades”, refere o texto, citado pelo Centro Scalabriniano de Comunicação.

O termo “migrante”, assinala o documento, “é simplesmente um adjectivo de uma pessoa, a mesma que amanhã pode ser qualificada de doente, idoso, cidadão ou vizinho”, pelo que a sua “realidade material” baseia-se na sua “humanidade”.

O “multiculturalismo e a diversidade devem ser tratados como uma força de inovação e fonte de renovação da sociedade e do património cultural”, salienta a “Declaração de Bogotá”.

O documento de cinco páginas recorda o assassinato de 72 migrantes, ocorrido a 24 de Agosto no Norte do México, cometido alegadamente por traficantes de droga depois de os 58 homens e 14 mulheres terem recusado trabalhar para a organização criminosa.

Os cerca de 350 participantes do Fórum pedem aos organismos internacionais para promoverem a “protecção efectiva do direito de cada pessoa manter-se, sair e regressar ao seu país”.

O texto salienta que é preciso continuar a denunciar as leis que pretendem criminalizar a migração e promover acções para erradicar todas as formas de violência contra os migrantes.

O encontro, dedicado ao tema “Migração, convivência pacífica e independência: Para novas perspectivas de cidadania e democracia”, contou com a presença de representantes de organismos internacionais, como as Nações Unidas, Governos, e instituições ligadas à defesa dos migrantes.

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