Novo perfil dos sem-abrigo de Lisboa

21ª Festa de Natal com os Sem-Abrigo da Comunidade Vida e Paz

O perfil dos sem-abrigo em Lisboa está a sofrer modificações, notando-se um aumento gradual de pessoas com emprego que não têm onde morar, o que revela uma nova pobreza, declarou hoje o coordenador da Comunidade Vida e Paz.

“Trabalhamos muito nas ruas de Lisboa e temos sentido o número de sem-abrigo [tradicionais] a reduzir. No entanto, existe uma nova pobreza, muitos dos nossos cidadãos têm trabalho mas não têm um espaço para dormir, verificando-se um aumento destes casos”, disse à agência Lusa José Lopes, nas festividades de Natal promovidas pela Comunidade Vida e Paz, em Lisboa.

A instituição particular de solidariedade social actua junto dos sem-abrigo que dormem nas ruas de Lisboa e arredores, levando-lhes, através de 550 voluntários, todas as noites, “uma palavra amiga”, comida e agasalhos.

“Tendo em conta que a Comunidade Vida e Paz tem um projecto de vida para os sem-abrigo, o nosso grande objectivo é tirar as pessoas da rua e proporcionar-lhes uma vida melhor” – explicou José Lopes.

A Comunidade Vida e Paz realiza, entre hoje e domingo, numa das cantinas da Universidade de Lisboa, a 21.ª Festa de Natal com os sem-abrigo. Com o apoio do Exército português, 1100 voluntários vão preparar mais de quatro mil refeições para cerca de 2500 sem-abrigo e famílias extremamente pobres, segundo a organização.

“Temos aqui uma equipa de voluntários muito motivada para levar afecto e calor para os nossos amigos mais carenciados”, referiu ainda o coordenador.

A Comunidade Vida e Paz, com 20 anos e sem fins lucrativos, apoia diariamente cerca de 900 sem-abrigo e famílias extremamente carenciadas através do apoio de rua com voluntários, que fazem visitas nocturnas e levam roupa e comida.

Além do apoio de rua, a Comunidade Vida e Paz presta actualmente auxílio a 250 sem-abrigo que estão em recuperação nas várias unidades da instituição. Segundo a organização, nos últimos anos têm surgido imigrantes entre os sem-abrigo, essencialmente oriundos de países da Europa de Leste, África e Brasil.

A falta de emprego e de uma estrutura familiar de apoio tem levado os imigrantes para as ruas, realça.

Com Lusa

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