Nova esperança para o Darfur

Conselho de Segurança da ONU aprova força militar para a região sudanesa, palco da maior crise humana da actualidade O Conselho de Segurança das Nações Unidas votou por unanimidade, esta terça feira, a constituição de uma força militar conjunta da ONU e da União Africana (UA) para o Darfur, região do oeste do Sudão que desde 2003 vive uma violenta guerra civil. A resolução 1769 autoriza a formação de uma força denominada Unamid, constituída por 26 mil soldados e polícias. Esta força terá a missão de apoiar os sete mil soldados da União Africana, actualmente no terreno. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon saudou a resolução que qualificou de “histórica e sem precedentes”. O ministro sudanês dos Negócios Estrangeiros, Lam Akol (na foto), declarou hoje que o seu país “aceitou a resolução” do Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Garantimos o nosso empenho na aplicação da parte [do acordo] que nos toca” da resolução, acrescentou Lam Akol. A resolução 1769 invoca o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, ao abrigo do qual os elementos da organização são autorizados a usar a força. Esta cláusula irá permitir aos capacetes azuis a adopção da acção necessária, sempre que esteja em causa a própria segurança, “a liberdade de movimentos dos trabalhadores humanitários” ou sempre que seja necessário “proteger os civis de ataques”. Mais de 300 mil pessoas terão morrido e mais de dois milhões foram obrigadas a abandonar as suas casas em consequência da guerra civil que devasta a região há mais de quatro anos. Os combates, iniciados em Fevereiro de 2003, opõem grupos rebeldes (que dizem lutar pelos direitos da população negra local) ao Governo islâmico de Cartum. Em resposta à insurreição, o Exército armou as tribos nómadas locais (Jajaweed), há anos em conflito com os agricultores negros da região e agora responsabilizadas por ataques indiscriminados contra várias aldeias. Redacção/Lusa Missionários atentos A Missãopress, Associação de Imprensa Missionária, lançou no passado mês de Junho uma campanha de informação e sensibilização em favor da população do Darfur, que visa despertar a opinião pública portuguesa para a situação dramática que se vive hoje naquela região de África. O Pe. Manuel Augusto, director da revista Além-Mar, publicação dos missionários Combonianos em Portugal, refere à Agência ECCLESIA a sua satisfação pela decisão da ONU, que vem ao encontro do pedido de uma intervenção política mais decidida por parte da comunidade internacional, de modo a que a segurança e integridade física das populações do Darfur sejam garantidas. Perante esta manifestação de vontade política, o director da Além-Mar confessa a esperança de que “com este passo” se possa garantir a paz e proteger populações “completamente expostas perante as milícias árabes”. A implementação da resolução deve levar, segundo o Pe. Manuel Augusto, a “um acordo global entre as partes” que obtenha paz e estabilidade para a região.

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