Natal dos Povos em Viana do Castelo

O “Natal dos Povos” reuniu ontem no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque – Viana do Castelo, cerca de meia centena de imigrantes, na sua grande maioria de origem do Leste europeu, numa celebração natalícia ortodoxa de rito bizantino. Esta iniciativa da Cáritas Diocesana, até agora denominada “Natal Ortodoxo” mudou a designação para abrir a uma participação mais alargada daqueles que têm batido à porta do Centro Local de Apoio ao Imigrante, adiantou José Machado, presidente da instituição. O padre ortodoxo de rito Bizantino do Patriarcado de Constantinopla, Roman Rudnik, presidiu à longa celebração de Natal cheia de canto e do intenso odor do incenso, não que sem antes tenhas pedido a bênção ao Bispo Diocesano na afirmação e reconhecimento da sucessão dos Apóstolos. Antes do início da celebração, D. José Pedreira saudou os participantes assinalando o seu júbilo pela celebração da presença de Jesus Cristo e da devoção a Maria. Nesta celebração «muito interessante» participou, pela primeira vez, Sílvia Rocha, uma brasileira que o «amor» levou a deixar tudo para fazer vida em Portugal. Esta professora primária que exerceu o ensino durante onze anos, apaixonou-se pelo actual marido quando este estava no Brasil a fazer uma formação, na mesma universidade que entretanto começou a frequentar em horário pós-laboral. Uma vez em Portugal deparou-se com a famigerada burocracia que, até hoje, a impediu de obter a equivalência do curso obtido naquele país apenas o reconhecimento pela Universidade do Minho. Com uma situação económica estável no Brasil, em Portugal trabalha numa loja do shopping da cidade para poder viver. Quanto a este encontro não poderia fazer avaliação mais positiva porque, desde logo, lhe permitiu encontrar outros conterrâneos, e de seguida, tomar contacto com cultura diversas. O siberiano Alexandre Koundik, polícia e campeão de ski russo, também participou neste encontro que para ele é uma oportunidade de fazer a Festa de Natal com os amigos e reencontrar outros conterrâneos. A viver em Portugal há quatro anos, actualmente com toda a família, trabalha na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental. Ela e a esposa trabalham como «auxiliares de ocupação» ajudando aquelas crianças e auferindo um salário que lhes permite viver com alguma qualidade e ainda ajudar a família que continua nas longínquas terras russas. José Machado sublinhou que a iniciativa é uma «continuidade dos outros Natais» perspectivando com esta abertura a todos os imigrantes motivá-los para o espírito associativo. «Vamos colocar nas mãos dos próprios imigrantes o desafio de se organizarem», deixando para a Diocese o apoio em termos da cedência de espaço para as suas celebrações. A iniciativa da Cáritas está suportada no conhecimento da realidade obtida a partir do Centro Local de Apoio ao Imigrante onde 30 a 40 pessoas por mês se dirigem para solicitar informação e ajuda. Ucranianos e Russo lideram o contigente de quem ali se dirige, mas já começa a ser notória a presença de Chineses e de gente da América do Sul que não Brasileiros. A legalização continua no topo das preocupações de quantos se dirigem àquele serviço, ocupando os lugares seguintes a problemática da saúde e da educação dos filhos.

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