Natal: «Devemos respeitar a forma como cada pessoa se relaciona com o mistério» – Rui Teigão

Gestor da Direção geral das Artes fala do Natal como um «caminho novo» e um convite a «mudar de perspetiva»

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 27 dez 2021 (Ecclesia) – Rui Teigão, gestor na Direção Geral das Artes, reconhece no tempo de Natal o convite a um “caminho novo” e afirma a importância de “preservar a forma como cada pessoa se relaciona com o mistério”.

Com formação em teatro, Rui Teigão quis propor, no programa de rádio da ECCLESIA, na Antena 1, um texto do dramaturgo David Carnevali, «Deus e as Estrelas», um original italiano inserido no volume «Il diavolo innamorato» com o subtítulo «Leggende, storielle e tradizione ebraiche, musulmane e cristiane, tutte inventate da un ateo», editado em 2019 pela editora Fandando Libri.

Escrito por uma pessoa “que se reconhece como ateu”, o texto “aflora temas bíblicos: o apóstolo que se senta ao lado de Deus”, por exemplo, convoca a diferentes formas como cada pessoa “se relaciona com o mistério”, com o Natal.

“A forma como cada pessoa se relaciona com esse mistério deverá ser sempre preservada e respeitada”, sublinha.

“Nem sempre conseguimos compreender exatamente o que nos está a acontecer e o Natal para além de nos revelar sem o nosso conhecimento, desafia ao início de um caminho novo, coincide com essa fase da vida, uma nova estação que começa”, acrescenta à Agência ECCLESIA.

«Diz-se que Deus concederá a apenas um homem, entre todos os homens de todos os tempos, por uma vez, o privilégio de sentar-se ao seu lado por uma noite inteira, para que o homem, sentando ao lado de Deus no jardim, possa colocar-lhe todas as perguntas para as quais sempre procurou respostas. Mas eu sei que o homem que teve a sorte de sentar-se ao lado de Deus, não disse uma palavra. Olhou para as estrelas do alto e ficou em silêncio, a contemplá-las, até aos primeiros raios de luz da manhã. Esquecendo-se de todas as perguntas, para as quais sempre havia procurado resposta», pode ler-se numa tradução deita por Rui Teigão e revisão de Federica Fiasca.

O texto convida a uma “mudança de perspetiva”: “Muda a forma como olhamos para a estrela, já não é a que indica o caminho e coloca-nos o olhar num local supostamente divino”.

Para Rui Teigão o texto do dramaturgo David Carnevali, “amplia o espanto que já contem o olhar para as estrelas”.

“Se imaginarmos estar acima das estrelas, o espanto é ainda maior”, sublinha.

O programa Ecclesia na Antena 1 da rádio pública conta, esta semana, diferentes formas de viver e contar o Natal.

LS

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