«Precisamos de pontes, não de muros», destaca D. Manuel Quintas, inspirado no Papa Francisco
Faro, 16 dez 2021 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirma na mensagem para o próximo Natal que todos são chamados a “ser pontes no acolhimento de quem é diferente” e alerta para muros que impedem migrantes e refugiados de uma vida melhor.
“Celebrar o Natal deve constituir para todos uma oportunidade para assumir a decisão de abater toda a espécie de muros, unir margens, comunicar, construir pontes, estabelecer uma relação com quem é diferente de nós, pela língua, cultura, religião… acolher e partilhar realidades novas, construir a fraternidade em todas as direções”, escreve D. Manuel Quintas, num texto enviado à Agência ECCLESIA.
A mensagem, intitulada ‘Precisamos de pontes, não de muros!’, inspira-se numa imagem que é usada recorrentemente pelo Papa Francisco.
O bispo do Algarve afirma que as pontes abrem “aos outros e ao mundo”, enquanto os muros “limitam a liberdade, anulam os sonhos”, obrigam a viver como “prisioneiros em celas” construídas por cada um.
D. Manuel Quintas dirige-se aos diocesanos e a todas as pessoas que, em tempo de Natal, sentem “um apelo mais forte à construção da verdadeira fraternidade humana”, lembrandp que famílias inteiras – homens e mulheres, crianças, jovens e idosos – procuram “um lugar onde viver em paz”, muitos decididos a arriscar a vida, numa viagem que se revela longa e perigosa, e alerta para a construção de muros – betão, ou arame farpado -, em diversos países.
O bispo do Algarve pede que, com espírito de misericórdia, se abracem todos os que “fogem da guerra e da fome” ou têm de deixar a sua própria terra “por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental”.
Neste contexto, indica que “não basta” abrir os corações ao sofrimento dos outros, mas acolher requer “um compromisso concreto”.
Segundo o bispo diocesano, todos são chamados a “ser pontes no acolhimento de quem é diferente”, cada um a seu modo e dentro do âmbito em que vive e trabalha, e destaca que a fraternidade que o Deus-Menino trouxe “é dom de Deus dado aos homens”, para os tornar capazes de se acolherem e amarem uns aos outros, construindo um mundo mais justo para todos.
“Esta fraternidade é consequência da conversão do coração, não se baseando unicamente numa igualdade de direitos. Dela nasce a amizade social, que se traduz no compromisso pessoal em construir um mundo mais fraterno. Importa, como tal, assumirmo-nos como protagonistas empenhados na transformação da realidade que nos circunda”, desenvolve D. Manuel Quintas.
A mensagem de Natal convida a acolher o ‘Menino nascido em Belém’, salientando que “será mais fácil acreditar e confiar” na mudança que Deus quer operar, sobretudo, transformando em “construtores de pontes”.
CB/OC