«Não» à violência em nome da religião

Participantes no Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente pedem que cristãos, judeus e muçulmanos se unam pela paz

Os participantes no Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente lançaram um apelo aos cristãos, judeus e muçulmanos da região, para que digam “não” à violência em nome da religião.

No documento conclusivo que vai ser entregue ao Papa, os 185 presentes nesta reunião magna abordam a questão do fanatismo e do extremismo, do anti-semitismo, do fundamentalismo e da violência, deixando votos de que os fiéis das várias religiões se unam “para promover a liberdade, a justiça e a paz”.

No elenco final das propostas, a ser discutido nos próximos dias, aborda-se o tema das perseguições aos cristãos, pedindo-se a ajuda da comunidade internacional para pôr fim às tensões e restabelecer a paz na região.

A lista provisória foi apresentada esta Quinta-feira, 21 de Outubro, pelo secretário especial do Sínodo, D. Joseph Soueif, arcebispo cipriota.

Após estudo e discussão por parte dos intervenientes na assembleia, o elenco das propostas é votado a 23 de Outubro, antecedendo a missa de encerramento, no próximo Domingo, que será presidida por Bento XVI na Basílica de São Pedro, Vaticano.

Entre os temas que têm dominado os trabalhos estão, ainda, a presença cristã no Médio Oriente, a comunhão entre as Igrejas e o testemunho de vida dos católicos na região.

Para evitar a saída em massa dos fiéis destes países, o Sínodo pede que os mesmos não vendam as suas propriedades e encoraja os cristãos de todo o mundo a peregrinar a estes locais.

Além de Jerusalém e dos territórios palestinianos, o Sínodo para o Médio Oriente destina-se aos católicos de 16 Estados: Arábia Saudita, Bahrein, Chipre, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Jordânia, Iémen, Irão, Iraque, Israel, Kuwait, Líbano, Oman, Qatar, Síria e Turquia.

Uma região de 7,18 milhões de quilómetros quadrados, com mais de 356 milhões de pessoas e 5,7 milhões de católicos em 20 milhões de cristãos.

A diversidade de Igrejas e comunidades eclesiais leva os padres sinodais a defender a comunhão, propondo a unificação das datas em que são celebrados o Natal e a Páscoa, bem como a instituição de uma festa anual para os mártires das Igrejas Orientais.

As propostas finais abordam também temas como o ambiente, os media, a família, a Doutrina Social da Igreja e a liturgia.

Entretanto, o Vaticano revelou que Bento XVI ofereceu a todos os participantes no Sínodo uma peça em bronze, reproduzindo um detalhe de um fresco sobre a “Assunção de Maria”, de Giambattista Tiepolo (1696-1770).

A 24ª assembleia do Sínodo dos Bispos, primeira para esta região, tem como tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho. «A multidão dos crentes tinha um só coração e uma só alma»”, decorrendo entre 10 a 24 de Outubro.

O Sínodo pode ser definido, genericamente, como uma assembleia consultiva de bispos que representam o episcopado católico, convocados para ajudar o Papa no governo da Igreja, dando o seu próprio conselho.

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