Na frente dos caminheiros

Será que realmente conheces S. Paulo? Ou tudo o que sabes sobre a sua vida resume-se ao encontro com Cristo na estrada de Damasco? Achas que foi de um dia para o outro que ele deixou de perseguir e maltratar os Cristãos? Pois é, não poderias estar mais enganado(a)… Assim como eu estava. S. Paulo era, como todo o ser humano, um pecador, que não sabia que realmente o era. Ele perseguia a Igreja de Deus com violência porque assim o ditavam as tradições dos seus antepassados. Ele espalhava o terror em nome de uma lei que julgava ser única, em nome de um dogma. Mas algo embateu com a vida que Paulo levava e quebrou com a sua rotina, despoletando nele a mudança, fazendo que, por graça de Deus, ele quisesse mudar, quisesse compreender se aquilo em que acreditava era uma verdade única. Depois do encontro com Cristo ressuscitado, Paulo tomou consciência dos erros que cometia, que é o primeiro passo para efectuar alguma mudança, e, por vontade própria, decidiu mudar a sua forma de estar na vida. Isolou-se do mundo durante 3 anos e efectuou em si a maior mudança que um ser humano consegue suportar. Passou de perseguidor violento a evangelizador incansável, passou de arrogante a humilde. Ou seja, deu uma volta de 180º na sua vida, e conse-quentemente, na dos que o rodeavam. Paulo substituiu, na sua vida, a Lei Antiga, pela qual guiava todas as acções, para dar lugar à Lei Nova: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. Paulo percebeu que “mesmo tendo o dom da profecia, e conhecendo todos os mistérios e toda a ciência; mesmo tendo toda a fé, a ponto de transbordar montanhas, se não tivermos amor, não somos nada”. O amor é algo perfeito que virá tomar o lugar do que é imperfeito, como as profecias, as línguas e a ciência. O amor é então a maior de todas as coisas. (adaptado de 1 Cor 1-13) A chegada à aldeia da Drave foi feita a horas já tardias, ou melhor, às primeiras horas do dia de Sábado. Como já era de esperar, fazia um friozinho agradável e a noite foi passada com a cabeça dentro do saco-cama para não congelar o nariz. A actividade em si começou pouco depois das 10h da manhã, depois de levarmos as nossas coisinhas para os Currais do Colado, local onde iríamos pernoitar. Reunimos na leira, ao solinho, para dar início aos trabalhos. Estava presente  o José Carlos, a Ana, a Bárbara, o João, o Pedro (Kaskabulho), a Rita e eu (Raquel). Ou seja, maltinha proveniente dos Campos de Trabalho 2008, à excepção da Rita, que o Kaskabulho conseguiu convencer a vir pela primeira vez à Drave. Os trabalhos decorreram com muito boa disposição à mistura e mostraram ser muito mais interessantes do que eu na realidade estava à espera. Não foram uma “seca de cadeira” (até porque na Drave não há muitas), mas foram sim grandes momentos de debate, muito interactivos e totalmente “feitos” por nós. Depois destes dois dias de reflexão na tentativa de compreender o que realmente se passava na alma de S. Paulo, apercebi-me que todos nós, de uma forma ou de outra temos um bocadinho dele no nosso interior. Somos seres susceptíveis à mudança. Precisamos apenas de ser empurrados e de nos empurrarmos para efectuar essa mesma mudança. Pode ser uma mudança muito grande ou pequenina, mas do meu ponto de vista, o tamanho não importa. O que importa realmente é o facto de haver vontade de mudar. Como nos disseram logo ao início, a actividade ia ser o que nós quiséssemos fazer dela. Devo dizer que fizemos um excelente trabalho!! (A organização também esteve muito bem…) Raquel Sequeira Região de Portalegre e Castelo Branco Agrupamento 170 da Sertã 

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