Música de inspiração cristã procura lugar ao Sol

Contagem decrescente para o Festival Jota, maior iniciativa católica de Verão do género A poucos dias do início da terceira edição do Festival Jota, ponto alto da apresentação de artistas e bandas católicas, há quem lamente o facto de a Igreja em Portugal ainda não reconhecer devidamente o trabalho dos criadores e intérpretes de música de inspiração cristã.

O Pe. Jorge Castela, director da Pastoral Juvenil da diocese da Guarda, dá como exemplo a maior parte das festas religiosas, cujos responsáveis incluem no cartaz nomes da "música pimba" mas não convidam grupos e autores católicos.

Embora o objectivo das bandas cristãs não seja o lucro, é necessária uma capacidade económica que suporte a produção de novos discos, o investimento em equipamento e a presença em concertos. Por isso, explica o sacerdote, se os CD's não são comprados e se as bandas não são convidadas para os espectáculos, "é difícil que consigamos continuar este trabalho".

Para Henrique Silva, dos Terceira Margem, já se começa a notar a preocupação de alguns responsáveis da Igreja em criar espaços na programação anual para a apresentação dos artistas católicos.

A necessidade de "acreditar mais nesta música e dar-lhe mais espaço" advém da convicção de que ela é "útil, e até imprescindível, sobretudo quando se fala da evangelização dos jovens e das crianças", aponta o Pe. Jorge, que foi um dos fundadores da Banda Jota e que está na origem do festival com o mesmo nome.

Meio excepcional para transmitir a mensagem

O panorama da música de inspiração cristã em Portugal abrange vários estilos, desde o rock até às baladas, passando pelo pop e pelas harmonias que dispõem à interiorização.

Seja qual for o género musical, Henrique Silva assume que "o concerto é um momento de oração", que proporciona a união com Deus através da inteligência, das emoções, do corpo e do movimento: "Santo Agostinho dizia que cantar é rezar duas vezes; para nós, cantar e dançar, é rezar três".

Para fazer sobressair o mais importante, que é "o amor de Deus", o compositor da banda originária da diocese de Setúbal menciona a preocupação do grupo em aliar a qualidade das letras – "a boca tem que falar da abundância do coração" – à excelência técnica.

Para Claudine Pinheiro, as suas composições são "uma forma de partilhar a minha experiência de Deus através da música". Os seus discos são complementados por livros com propostas de oração a partir das canções.

O nascimento da Banda Jota está associado ao sonho da evangelização através da música. O propósito concretizou-se quando o Pe. Jorge Castela ficou responsável pela Pastoral Juvenil da diocese da Guarda. A princípio, o objectivo era apenas apoiar as actividades juvenis. A evolução para um projecto mais ambicioso começou quando os elementos do grupo sentiram "que havia muita gente à espera deste tipo de música".

Dezassete bandas em palco

O Festival Jota surgiu da percepção de que era necessário promover e congregar os grupos e intérpretes católicos, oferecendo-lhes a oportunidade de divulgarem o seu trabalho a um público mais alargado.

A edição de 2009, que se realiza entre 24 e 26 de Julho, em São Jacinto (Aveiro) contará com a presença de dez grupos no palco principal e sete que estão se encontram no início do seu percurso.

Além de conjugar juventude e música de inspiração cristã, dois elementos que "resultam bem", o Festival proporciona momentos de oração e reflexão.

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