Santa Sé lamenta sinais de enfraquecimento das mais importantes instituições internacionais A Santa Sé lamentou hoje o contínuo crescimento do “bilateralismo”, considerando que o facto leva a que “muitas instituições internacionais multinacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial de Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e alguns dos seus equivalentes regionais, mostrem sinais de fraqueza e de estagnação”. Para a Academia Pontifícia de Ciências Sociais”ainda não surgiu nenhuma instituição para tomar o lugar dessas organizações”. Este organismo da Santa Sé organiza, desde amanhã até 1 de Maio, a sua XIII sessão plenária, este ano dedicada ao tema “Caridade e Justiça nas relações entre os povos e as nações”. Num comunicado hoje divulgado pela Santa Sé, a Academia assinala que a fraqueza do multilateralismo” é um “sinal preocupante dos tempos”, que surge ao lado do “regresso do nacionalismo”, da “difusão da pobreza” e da “escassa convergência económica e social entre os países ricos e os que estão em desenvolvimento”. Outra preocupação manifestada neste texto relaciona-se com a possibilidade de não serem atingidos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, “baseados num largo consenso internacional”, dentro do tempo inicialmente previsto. A Academia Pontifícia criticou as “ajudas insuficientes e ineficazes” destinadas aos países em desenvolvimento, afirmando que “os auxílios trouxeram resultados ineficazes”, tendo sido “mal distribuídos e mal utilizados pelas organizações internacionais, governos e órgãos locais”. A nota oficial alerta ainda para o “crescimento destacado do flagelo social e moral do terrorismo” e para a emergência de uma pobreza difusa, potenciada pela “globalização”. A presidente da Academia Pontifícia, Mary Ann Glendon, disse hoje em conferência de imprensa que os desafios da globalização devem ser enfrentados pela Igreja, tomando consciência das “novas situações”.