Mudar o olhar sobre a pessoa com deficiência

Fórum «Olhares sobre a Deficiência: Concertar actuações / Despertar consciências» juntou em Fátima especialistas e instituições “Olhares sobre a Deficiência: Concertar actuações / Despertar consciências” foi um fórum que juntou ontem em Fátima, pessoas portadoras de deficiência e as suas famílias, técnicos e diversas entidades que desenvolvem o seu trabalho na área da deficiência. O primeiro desde encontros decorreu na Guarda. Sem ligação directa, o núcleo regional da Santarém, Leiria e Coimbra da Rede Europeia Anti-Pobreza organizou o segundo Forúm com vista a “dar visibilidade às problemáticas que as pessoas deficientes enfrentam”, regista à Agência ECCLESIA, Ricardina Reis, técnica do Núcleo de Santarém da Rede Europeia Anti-Pobreza e uma das responsáveis pela organização do Fórum.. “Este encontro nasceu da dificuldade em juntar e discutir estas questões”, a par do objectivo de promover “uma reflexão conjunta das metodologias e estratégias de integração social neste domínio, contribuindo para a integração da pessoa deficiente”, sublinha Ricardina Reis. A grande preocupação é desdramatizar a questão da deficiência, “do discurso fatalista que a sociedade civil adquire nestas questões”. Promover o princípio da não descriminação do cidadão, reforçar o «empowerment» das pessoas com deficiência, e chamar a atenção para situações de pobreza e exclusão social são alterações possíveis que diversas instituições ou pessoas a título individual trabalham para implementar. A participação dos utentes de várias instituições foi “muito importante pois contamos com o seu testemunho”, dando a conhecer uma realidade diária e as problemáticas correntes. “Ninguém melhor do que eles para falar sobre estas questões”, realça Ricardina Reis. A inclusão é a palavra chave. Mais e melhores cuidados de saúde primários, cuidados pré e pós natal, cuidados de nutrição, campanhas de vacinação e de melhor nutrição, programas ao nível de prevenção de acidentes, programas que ajudem a ultrapassar a limitação do deficiente nos locais de trabalho, tentar que todos tenham acesso e vivam em igualdade de oportunidades, “até porque estamos precisamente no Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidade” são objectivos que preocupam o núcleo distrital. Ricardina Reis dá conta que foi constituído um grupo de trabalho com intervenção na área da deficiência, cujo desempenho não terminou com o Fórum mas que vai “continuar a trabalhar sobre as dificuldades das instituições e dos utentes. Outro grupo de trabalho debruça-se sobre os problemas dos cidadãos com deficiência. Envelhecimento das famílias, acessibilidades, alternativa à institucionalização das pessoas com deficiência e descontinuidade da integração das pessoas com deficiência foram temas propostos pelas instituições, debatidas em mesas de trabalho. As mudanças requerem trabalho em parceria. A participação do Governo Civil, da Segurança Social faz antever que “há uma grande abertura e para discutir estas questões”. Destaque ainda para “a grande participação de estudantes”, quer de serviço social, como de educação, “mostrando a atenção e a abrangência que o assunto merece”. Algumas pistas decorrentes dos dois Fóruns foram estabelecidas, “mas passíveis de ser trabalhadas”. As conclusões “e as propostas concretas a que pretendemos chegar”, serão apresentadas num Seminário a realizar a 4 de Dezembro.

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