Mosteiro cisterciense encerra no Algarve.

Este mês, o mosaico dos institutos religiosos femininos no Algarve ficou mais pobre, após o encerramento do Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Marana-Tha, sedeado em Santa Catarina da Fonte do Bispo. Após 4 anos de vida eremítica, a irmã Miriam Godinho regressou à abadia de Sainte Marie de Rivet, em França, de onde tinha saído com destino a Portugal. Mais do que a diocese do Algarve, é o próprio País que fica a perder, uma vez que o pequeno mosteiro algarvio era o único da Ordem de Cister existente em Portugal, desde que, em 1834, as ordens religiosas foram expulsas do País. Antes do regresso a França, e depois de quase 14 anos de permanência no Algarve com um projecto de fundação de uma comunidade que acabou por não resultar, a irmã Miriam Godinho, natural de Namibe, no Sul de Angola, mas com raízes na Beira Baixa, concedeu à Folha do Domingo uma entrevista em que analisa a sua passagem pela diocese e a sua própria realidade vocacional. “Pensava que as raízes de Portugal estivessem mais vivas e quando cheguei notei que essas raízes já estavam muito diluídas. Com a continuação destes anos todos vejo que o processo de deterioração das vocações está a aumentar”, indica. “Há qualquer coisa que não está a favorecer o desabrochar das vocações. A partir da minha perspectiva contemplativa acho que há pouco militantismo. Há muito poucas pessoas empenhadas em viver como Igreja e em saber viver em serviço. Segundo especialistas da Pastoral Vocacional, se não há um empenhamento muito forte na vida cristã, em geral não há vocações”, acrescenta a religiosa. Redacção/Folha do Domingo

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