Moçambique: Oikos proporcionou «centenas de encontros» entre famílias deslocadas

Coordenador da organização em Cabo Delgado alerta para aumento de «mortes por insuficiência alimentar» e apela a «mais ajuda internacional»

Lisboa, 20 abr 2021 (Ecclesia) – A organização Oikos – Cooperação e Desenvolvimento – informa que proporcionou “centenas de encontros entre famílias deslocadas”, que fugiram dos ataques armados, em cinco distritos diferentes na zona de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

“Este reencontro não só é fundamental ao nível do suporte emocional, como as pessoas podem ser acolhidas em família, evitando os Centros de Acolhimento temporários com carências ainda maiores”, assinala a Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) portuguesa, numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

A Oikos explica que em Montepuez, local onde está instalada a ONGD, existem 3018 deslocados que fugiram de Palma e na Cidade de Pemba são mais de 2519.

“Da forma como estamos neste momento, o número de mortes vai aumentar por insuficiência alimentar. É preciso muito mais ajuda internacional e que se consiga atuar de forma mais rápida”, refere Luís Chindui, coordenador da Oikos em Cabo Delgado.

Desde 2017, a Província de Cabo Delgado tem sido palco de conflitos armados que provocaram mais de 770 mil pessoas deslocadas, com cerca de 2 mil mortes.

A Oikos exemplifica que para fugir aos ataques de Palma, no norte de Moçambique, as pessoas podem andar mais de 450 quilómetros e ficar uma semana no mato “sem água potável ou alimentação até encontrarem uma zona de abrigo segura”.

Neste contexto, a ONGD portuguesa está a ajudar as pessoas a encontrarem os seus familiares no distrito para onde fogem, através da proximidade e trabalho conjunto que realiza com as autoridades locais, e proporcionou “centenas de reencontros” em cinco distritos diferentes na zona de Cabo Delgado”.

A Oikos apoia a fazer o cruzamento com as listagens de pessoas na região e quando conseguem localizar as famílias “transporta as pessoas até às comunidades onde se encontram”.

A Organização Não Governamental para o Desenvolvimento portuguesa disponibilizou técnicos da sua equipa em Montepuez, Chiure, Ancuabe, Namuno e Balama para trabalharem com os técnicos do Governo numa comissão de apoio aos deslocados.

A Oikos – Cooperação e Desenvolvimento – foi constituída em 1988, tem como missão “erradicar a pobreza extrema” e garantir que todas as pessoas usufruam do direito a uma vida digna e trabalha nas áreas de ação humanitária, vida sustentável e cidadania global.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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