Cidade do Vaticano, 18 mar 2019 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Moçambique expressou hoje a sua “total solidariedade” às populações atingidas pela passagem do ciclone Idai, que já provocou pelo menos 73 mortos naquele país lusófono.
Em declarações ao portal Vatican News, o secretário da Conferência Episcopal de Moçambique, D. Luiz Lisboa, lembrou de forma “muito especial as famílias dos mortos e todos aqueles que estão a sofrer por causa destas intempéries”, que atingiram sobretudo as províncias de Sofala, Zambézia e Manica.
O bispo da Diocese de Pemba, em Cabo Delgado, no norte do país, apela “a todos os moçambicanos” para que não deixem de apoiar as comunidades mais atingidas pelos ventos fortes e pelas chuvas persistentes, que inundaram vários pontos de Moçambique.
“Nós vamos tentar fazer uma campanha para que todos possam ser solidários com estas pessoas que perderam tudo o que tinham”, referiu D. Luiz Lisboa.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, o ciclone Idai está a afetar vários países africanos, além de Moçambique, como o Zimbabué onde o número provisório de vítimas é de 64, e o Malaui onde já se registaram 56 mortos.
O secretário dos bispos católicos moçambicanos recorda que está em funcionamento no país “um centro de gestão de calamidades” e pede às populações para que “estejam atentas às orientações das autoridades” e “saiam das áreas de risco” sempre que situações como estas estiverem para acontecer.
“Para que as consequências destas calamidades naturais sejam menores, não afetem tanto, não causem tanta destruição, e muito mais, que não tenhamos perdas de vidas humanas”, apontou D. Luiz Lisboa.
Diante do drama que atingiu o território, o presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, já lançou um apelo à comunidade internacional, para que o país obtenha o mais rapidamente possível a ajuda humanitária de que precisa.
Aquele responsável realça que, a par das perdas humanas, a passagem do ciclone Idai tem causado inúmeros danos materiais em várias regiões do país.
“Os danos materiais verificados até ao momento são muito preocupantes. Entre outros, a destruição total e parcial de casas, hospitais e centros de saúde, escolas, edifícios comerciais, infraestruturas de condução de energia elétrica e de telecomunicações”, relata Filipe Nyusi.
No total, segundo dados da UNICEF, nas áreas afetadas pelos ventos e chuvas fortes provocadas pelo ciclone Idai vivem atualmente cerca de 1,6 milhões de pessoas.
Em Moçambique, as autoridades procuram agora resgatar as pessoas e famílias que ficaram retidas nas zonas alagadas, um pouco por todo o território, que subiram às árvores por cima das suas casas e agora estão encurraladas, sem terem para onde ir.
JCP