População do norte do país lusófono está ameaçada por grupos jihadistas
Lisboa, 08 jul 2020 (Ecclesia) – O secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou hoje uma campanha de oração e de ajuda de emergência em favor dos cristãos de Cabo Delgado, norte de Moçambique, ameaçados por grupos jihadistas.
“A região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, está sob ataque de grupos armados desde outubro de 2017. Esses ataques têm aumentado de intensidade especialmente desde o início do corrente ano”, assinala um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
A fundação pontifício fala em mais de 200 mil desalojados na Diocese de Pemba.
“A situação é considerada crítica no ponto de vista humanitário”, assinala a nota de imprensa.
A AIS, especializada nos temas da liberdade de culto e proteção das minorias religiosas, equipara a situação no norte de Moçambique à do Iraque, em 2014, quando o autoproclamado Estado Islâmico invadiu a Planície de Nínive e expulsou milhares de pessoas.
“Agora, no ano de 2020, em Moçambique, está a assistir-se a uma onda de violência imparável com semelhanças assustadoras a esses dramáticos eventos ocorridos no Iraque há seis anos”, refere a fundação.
O comunicado fala em homens e mulheres “abandonados à sua sorte” diante de terroristas que pretendem “criar um ‘califado’ e impor a ‘sharia’”.
A Igreja Católica tem sido alvo de direto de vários ataques, numa situação que a AIS considera de “autêntica barbárie”.
“Um dos episódios mais violentos ocorreu em abril deste ano na vila de Xitaxi: 52 jovens foram assassinados por se terem recusado a integrar as fileiras dos ‘insurgentes’, como localmente os terroristas são denominados”, informa a AIS.
Para o Bispo de Pemba, esses jovens, na sua maioria cristãos, são “verdadeiros mártires da paz”.
Perante este cenário, D. Luiz Fernando Lisboa pediu ajuda espiritual e material à Fundação AIS, procurando assegurar meios de subsistência para os sacerdotes e as irmãs.
“São padres que não têm nenhum tipo de rendimento e estão em dedicação total ao seu povo e ao trabalho pastoral”, explica o prelado.
OC