Moçambique: «Destruíram a igreja de Mocímboa da Praia», lamentou o padre Kwiriwi Fonseca

Sacerdote salientou que igreja era um «símbolo de amizade com os muçulmanos, um símbolo de diálogo, de aproximação»

Foto AIS

Lisboa, 30 ago 2021 (Ecclesia) – O padre Kwiriwi Fonseca, responsável pela comunicação da Diocese moçambicana de Pemba, partilhou com “muita dor” que “destruíram a igreja de Mocímboa da Praia”, ao ver as primeiras imagens da igreja após a vila portuária ter sido recuperada aos terroristas.

“Que o terrorismo não acabe com os nossos sonhos, as nossas perspetivas e seja só aquilo que aconteceu mas não o término de uma presença cristã na região de Mocímboa da Praia”, é o desejo do padre Kwiriwi Fonseca numa mensagem enviada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, o sacerdote, que só conseguiu viajar para Mocímboa da Praia, este domingo, 29 de agosto, disse que “é muita dor, é muita dor” ao ver as “imagens chocantes” da destruição.

“Vandalizaram e destruíram tudo no edifício paroquial de Mocímboa da Praia. Destruíram a igreja de Mocímboa da Praia, um símbolo de amizade com os muçulmanos, um símbolo de diálogo, um símbolo de aproximação”, desenvolveu o responsável pela comunicação da Diocese de Pemba, no norte de Moçambique.

A fundação pontifícia recorda que a “estratégica” vila portuária foi recuperada aos terroristas através de uma operação militar, que juntou soldados do Ruanda e de Moçambique, concluída no início deste mês, a 8 de agosto, mas o padre Kwiriwi Fonseca teve de usar capacete militar e colete à prova de bala, na visita deste domingo.

“Gostaríamos que nos acompanhassem com as vossas orações e com o vosso apoio, com a vossa forma bastante rica de olhar pelas igrejas que sofrem, e encontrassem benfeitores e pessoas motivadas para a reconstrução do símbolo do que é a igreja nesta região”, acrescentou o sacerdote na mensagem à AIS.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre realça que a situação em Mocímboa da Praia e na região de Cabo Delgado é “prioritária” e lembra que, em março, disponibilizou uma ajuda de emergência no valor de “160 mil euros para o apoio às populações deslocadas”.

Os ataques de grupos armados que reivindicam pertencer ao Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico, começaram no final de 2017, e calculam há “mais de três mil mortos e mais de 800 mil deslocados”, segundo dados das autoridades moçambicanas.

CB

 

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