Moçambique: Comunidade de Santo Egídio combate preconceito contra idosos

Em Moçambique, assim como em muitos outros países africanos, aumentou nos últimos anos o número de idosos, embora a esperança média de vida esteja abaixo dos 40 anos, por causa da SIDA. Estatisticamente isto provoca uma flexão da idade média, e, no imaginário das pessoas, difunde-se a ideia segundo a qual é a prática da feiticeria que faz com que alguns envelheçam, enquanto os jovens morrem prematuramente. Por isto, acontece muitas vezes que os idosos sejam vítimas de superstições ou das tradições locais, às vezes desumanas: sobretudo nas aldeias, acusam-nos de roubar a vida dos mais jovens. Portanto, muitas vezes são abandonados até pelos próprios familiares, afastados e mesmo perseguidos. Para um idoso, sozinho, sem reforma, sem apoui dos filhos ou dos vizinhos, a vida torna-se verdadeiramente difícil. Na periferia da cidade de Cuamba (nos bairros de palhotas) vivem muitos idosos, muitos dos quais chegaram àquela cidade durante os anos 70 e 80, ou seja no tempo da guerra. São pessoas pobres, que durante estes anos não puderam melhorar a sua condição de vida, até porque não aprenderam a lingua portuguesa. Algumas delas (a maioria são mulheres) vivem com os netos, vítimas também eles, de abandono. Solidão e pobreza que se encontram e se ajudam mutuamente. Nesta cidade a Comunidade de Santo Egídio existe desde 1994. Ela é composta sobretudo por jovens estudantes secundários e universitários. Foi em 2003 que houve o primeiro encontro com duas idosas e pobres, abandonadas. Hoje a Comunidade católica cuida algumas dezenas de idosos, para os quais a visita dos mais jovens é verdadeiramente uma salvação. Alguns deles não têm nem sequer uma casa, roupa, e passam o dia inteiro sem nada para comer. Nestes anos, os amigos de Santo Egídio reconstruíram as casas de muitos deles, levando frequentemente também comida e roupa.

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