Missões: «O importante é que consiga ir às linhas da frente de missão» – padre Tony Neves (c/vídeo)

O missionário que integra o Observatório da Justiça e Paz e Diálogo Inter-religioso dos Espiritanos, em Roma, considera o organismo como «fundamental»

Lisboa, 09 set 2020 (Ecclesia) – O padre Tony Neves, missionário espiritano e membro do Observatório da Justiça e Paz e Diálogo Inter-religioso da congregação, uma responsabilidade que assume como “fundamental” e que o leva “às linhas da frente da missão”.

“A minha missão tem sede em Roma mas pára pouco por lá, porque o importante é que consiga ir a estas linhas da frente de missão, ir estimular o trabalho dos meus colegas e organizar ações de formação, não só para colegas mas também para o povo para com quem os missionários vivem e trabalham”, disse no programa ECCLESIA, emitido hoje na RTP2.

O missionário, a viver em Roma há dois anos, defende que o serviço que integra, “criado há alguns anos” torna-se fundamental para a missão espiritana.

Somos três mil missionários e estamos espalhados, pelos cinco continentes, em 67 países, as missões são realizadas em contextos de muita dificuldade, onde há guerra, violência generalizada, pobreza e conflitos de toda a espécie, a área da Justiça, Paz, Integridade da criação e diálogo religioso torna-se fundamental para a nossa missão” .

Destacando estas áreas em que trabalha, o padre Tony Neves citou ainda o cardeal Tolentino Mendonça, quando este pregou o retiro ao Papa e à Cúria Romana, dizendo que “Cristo é uma pessoa absolutamente periférica, viveu a exclusão social e esteve ao lado dos pequenos e pobres” apontando ser a tónica ao longo dos séculos.

O missionário partilhou que já viajou por vários países, com presença espiritana, e onde estas questões são colocadas como as “favelas de São Paulo, no Brasil, interior de Angola ou na ilha de Zanzibar” mas também em “vários sítios da Europa”.

“O diálogo hoje é uma das linhas da frente da missão em três direções claras, direção ecuménica, temos muito mais a unirmos aos irmãos ortodoxos e protestantes, diálogo inter religioso, com crentes de outras religiões, e depois o diálogo inter cultural, com todas as pessoas que se dizem agnósticas mas que estão disponíveis para conversar e dar as mãos para fazer do mundo um lugar mais unido e fraterno e isso é fundamental”, explicou.

Em tempo de pandemia o missionário foi “forçado a ficar em casa”, em Roma, e juntamente com o padre Artur Teixeira, Missionário Claretiano também a viver em Roma, surgiram algumas reflexões.

“Como estávamos em casa íamos conversando através das redes sociais e o padre Artur lançou este desafio de, dia sim dia não, ajudar a refletir e dar ânimo ao povo neste tempo que se via complicado e difícil, escrevíamos um texto e partilhávamos”, recorda.

Com a abertura das igrejas, a 31 de maio, os dois sacerdotes decidiram “fechar o projeto” e deixar de partilhar as reflexões mas “houve reações e pedidos” dando lugar ao livro.

“A Quatro Mãos em clave de Fá e de Sol” é o nome da obra, com prefácio do cardeal Tolentino Mendonça, e que a sua venda reverte para a campanha do CEPAC “Job to life”, que pretende apoiar pessoas migrantes em situação de vulnerabilidade social no acesso ao emprego.

HM/SN

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Agência ECCLESIA

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