Missionários portugueses deixaram sinais na Índia

Presidente da CEP relatou a experiência vivida naquele país Criada há 400 anos e sob o Direito do Padroado até 1955, a diocese Madras-Mylapore (Índia) ainda tem “muitas raízes e sinais portugueses” disse à Agência ECCLESIA o Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, que esteve presente naquelas comemorações. Durante a visita, D. Jorge Ortiga prestou homenagem aos portugueses e visualizou os restos da cultura portuguesa naquele país. “Há a paróquia de Nossa Senhora da Luz – segundo a tradição, os navegadores portugueses viram uma luz naquele lugar e aí construíram uma igreja que tem inscrito no frontispício a data de 1523 – e no local onde foi martirizado S. Tomé, os portugueses construíram uma igreja – está assinalado o brasão de Portugal – e chamaram-lhe a igreja de Nossa Senhora da Expectação” – disse. Durante a homenagem aos missionários do nosso país, o presidente da CEP relatou o que o arcebispo local colocou, durante a celebração, “as fotografias dos bispos portugueses diante do altar, incluindo o D. António Barroso cujo processo de beatificação está a decorrer”. Ao jeito oriental, os convidados passavam e colocavam “pétalas de flores sobre as fotografias desses mesmos bispos”. Naquele local – frisou D. Jorge Ortiga – “falei sobre a gesta missionária dos portugueses e pedi a S. Tomé que continuasse a suscitar vocações missionárias”. Na celebração dos 400 anos, o Núncio Apostólico, D. Pedro Quintana (natural de Santiago de Compostela) referiu também a importância do Padroado “na evangelização daquelas comunidades”. A Índia tem cerca de 3% de cristãos mas a maioria está situada na diocese que comemorou o seu quarto centenário e “em Goa, sitio onde o clero com mais idade ainda fala a língua portuguesa”. E acrescenta: “segundo orientações do governo a nossa língua é uma disciplina facultativa”. Em Goa, os sinais da presença lusitana são “ainda mais evidentes e inequívocos”. O Estado de Goa – em termos comparativos com outros Estados – tem um desenvolvimento mais acentuado devido “ao dinamismo e tenacidade dos portugueses”. Ao visitar a diocese onde D. António Barroso exerceu o seu múnus pastoral no final do século XIX, o Presidente da CEP levou alguns subsídios sobre este bispo que está um “pouco esquecido naquela região”. Aos presentes, D. Jorge Ortiga deixou uma “síntese histórica da vida do bispo natural de Barcelos” para sublinhar que um dos bispos da diocese de Madras-Mylapore tem “o processo de beatificação introduzido em Roma”. O bispo garantiu ao prelado português que iria suscitar “a devoção a D. António Barroso”. Uma forma de o tornar mais conhecido e de “acelerar o processo de beatificação de D. António Barroso”. Apesar do cristianismo naqueles territórios ser minoritário, eles “reconhecem que o papel dos missionários portugueses foi extremamente importante”.

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