Missão: «Outubro Missionário» com reflexões sobre mensagem do Papa

Lisboa, 11 out 2013 (Ecclesia) – O padre António Lopes, diretor nacional das Obras Missionárias Pontifícias, destacou a atualidade da primeira mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões que apresenta desafios para o futuro.

“[A mensagem] podia-se dividir em quatro pontos fundamentais: a alegria da partilha da fé, estamos no Ano da Fé; a missão é paradigma para a Igreja; uma missão nova para tempos novos e a visão do futuro e discernimento atento que o Papa pede”, explica à ECCLESIA.

Dos desafios e alertas da mensagem para o Dia Mundial das Missões, o sacerdote da Sociedade do Verbo Divino considera que “muitas vezes”, na Igreja Católica portuguesa, há “falta de aptidão, de alegria e de paixão pelo anúncio de Jesus Cristo. Acostumamo-nos ao já feito e a missão é sempre nova”.

Em Portugal, neste outubro missionário, “os institutos missionários com as OMP, a nível nacional, mas também nas dioceses, congregaram-se para o viver muito mais afincadamente com muito mais paixão e muito mais alegria”, revela o diretor, demonstrando sintonia com a passagem da mensagem: «Evangelizar nunca é um ato isolado, individual mas sempre eclesial».

[[v,d,4233,]]O responsável destaca o ponto três onde Francisco alerta para as dificuldades da missão que surgem na Igreja: “Frequentemente, a obra da evangelização encontra dificuldades não só no exterior, mas também no interior da própria comunidade eclesial.”

A mensagem apresenta a missão com um sentido mais abrangente, e não apenas geográfico, mas “no coração de cada pessoa”, um desafio que “alarga” o horizonte da missão onde cada cristão tem de ir ao encontro das outras pessoas.

“A missão faz-se boca a boca, coração a coração. E isso torna-a de facto muito mais aberta mas sobretudo mais pessoal”, explica o padre António Lopes.

Esta mudança e sentido missionário a que cada cristão é chamado pelo batismo reflete-se todos os dias, no quotidiano de cada pessoa, nos “novos areópagos da missão” do Papa João Paulo II, como a cultura, a medicina, a ciência, a sociedade em geral.

“Já não há o campus detalhados, os tais geográficos, mas são todos de missão porque a Igreja tem de estar atenta a todas as realidade do mundo”, acrescenta o diretor nacional das Obras Missionárias Pontifícias.

Na mensagem o Papa sublinha também a ação das “igrejas jovens” que “se estão a empenhar generosamente no envio de missionários às igrejas que estão em dificuldade – geralmente Igrejas cristãs antigas”.

Segundo o padre António Lopes, existe aqui uma chamada de atenção para a “preocupação” que as igrejas devem ter “umas pelas outras”, o sentido missionário agora é bidirecional e não parte apenas da Europa.

“Não num sentido caritativo mas um auxílio no sentido de trazer uma novidade, uma frescura pela sua maneira de estar, de ser, de viver, e de compreender o Evangelho. É a ideia de que todas [as Igrejas] se sentem responsáveis e corresponsáveis pela missão”, analisa.

«No nosso tempo, a mobilidade aumenta e a facilidade de comunicação através dos “novos media” misturaram entre si os povos, os conhecimentos, as experiências» assinala a mensagem que destaca a influência e a abrangência dos meios de comunicação.

Para o sacerdote, Francisco chama também a “atenção para o aumento dos não crentes e dos indiferentes à fé” onde os «novos média» podem ser importantes para “a evangelização”, por isso, “todos os meios técnicos, audiovisuais são propícios porque chegam onde o missionário não chega”.

PR/CB

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