«Minho com Vida» formalizado na CNE

A mandatária nacional do movimento “Minho com Vida”, a advogada bracarense Eva Almeida, entregou ontem na Comissão Nacional de Eleições as 33.645 assinaturas que este grupo cívico recolheu no distrito de Braga. Segundo um membro deste movimento, Fernando Almeida, o “Minho com Vida” «passa a ser, entre todos os que se perfilam tendo em vista o referendo de 11 de Fevereiro, aquele que mais assinaturas apresenta, sendo que este valor vem superior as 5 mil exigidas por lei». Além das assinaturas, o movimento entregou também a lista de mandatários, com mais de cem nomes, todos cidadãos do distrito de Braga, provenientes dos mais variados quadrantes profissionais: advogados, médicos, professores dos diversos níveis de ensino, engenheiros, domésticas e estudantes, entre outros. Entre os nomes encontram-se os de Alberto Pereira (presidente da Associação Comercial de Braga), António Pedras (advogado), António Santos (presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores — Braga), Arlindo da Silva Jerónimo (industrial), Fernando Sá Meneses (médico), Francisco Alvim (presidente da Cruz Vermelha Portuguesa — Braga), José Rodrigues da Silva (director clínico do Hospital de Vila Verde) e Lúcio Craveiro da Silva (antigo reitor da Universidade do Minho). Fernando Almeida sublinha que «o “Minho com Vida” parte com uma atitude optimista para a campanha que se avizinha, embora consciente de que está a entrar numa luta desigual, já que não conta com apoios partidários, nem governamentais, nem de outros lobis». «Antes pelo contrário, vai tê- -los como adversários», salienta. Esta questão foi também aflorada segunda-feira à noite, na apresentação oficial do movimento, que tem a sua sede no Edifício Pé Alado. Os participantes destacaram que a antecipação dos tempos de antena favorecerá os defensores do “sim”, uma vez que o Governo vai marcar forte presença nos espaços informativos, através da multiplicação de iniciativas. Apesar das dificuldades, o movimento «está a preparar-se para trabalhar com o apoio entusiástico de centenas de voluntários, muitos dos quais jovens, todos animados pelo espírito do amor à vida, como direito inviolável, desde a concepção até à morte natural». Como acções de sensibilização, o movimento vai promover sessões aos sábados à noite, na sua sede, percorrer a região, manter uma barraquinha no centro da cidade e uma página na Internet (www.minhocomvida.org). O movimento aceita a colaboração de voluntários e donativos. A mandatária nacional sublinha que «é preciso dizer de forma clara que o que se propõe com o referendo, é mesmo uma liberalização total do aborto até às dez semanas. Não adianta fingir. O que se propõe é o aborto livre, universal e gratuito, a pedido da mulher, até às dez semanas». Eva Almeida interroga se «não seria mais lógico, numa época em que outros países apostam na protecção à maternidade, trabalhar de forma a promover uma cultura da vida em vez da cultura da morte?» «Portugal tem um défice de 47 mil nascimentos/ /ano. Para haver renovação de gerações era necessário que nascesse uma média de 2.1 filhos por cada mulher, mas essa média é de apenas 1.4. Desde 1983 que se verifica um contínuo decréscimo de número de partos, tendo nascido menos 900 mil crianças. Não seria mais vantajoso para o país promover a vida como valor a preservar e criar as condições para motivar as mulheres no sentido de terem mais filhos?», questiona.

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