Milhares de madeirenses participaram na procissão dos «Milagres»

Manifestação pública da fé cristã, das maiores na nossa diocese, a “festa do Senhor dos Milagres” voltou a registar uma “enchente” de fiéis na procissão entre a Capela e a igreja matriz, à luz de archotes e velas, com a participação de D. António Carrilho, que presidiu à eucaristia. “Um verdadeiro monumento de fé”, foi como D. António Carrilho considerou a devoção ao Senhor dos Milagres, ontem à noite, em Machico. “Um monumento que se ergue não com pedras umas sobre as outras, mas construído ao longo de duzentos anos pelas pessoas vivas que, vivendo a sua fé, a vão transmitindo de geração em geração. São duzentos anos, são muitos, e a marca continua profunda na alma de todos”, sublinhou. “Verdadeira manifestação de um povo solidário, unido nos mesmos sentimentos”, disse ainda o Bispo do Funchal em breves declarações aos jornalistas. “É extraordinário. Aqui, o povo foi tocado por uma mensagem, a partir de um acontecimento histórico (aluvião de 9 de Outubro de 1803 que arrastou a imagem de Cristo para o mar…) e a expressão de fé mantém-se viva até hoje”, afirmou D. António Carrilho. Um mar de luz conduziu a barca com a imagem do Senhor dos Milagres entre a referida Capela e a igreja matriz, por entre milhares de devotos de todas as idades e condições sociais, ao compasso da música, numa procissão de mais de duas horas, rodeada de outros tantos peregrinos presentes ao longo das ruas. Uma festa “carregada do simbolismo da luz”, segundo o Pe. Pestana Martinho. “Cada peregrino, de vela na mão, traz uma história dentro de si, uma luz” especial; e apenas a “fé se faz presente, aqui não há arraial, não adoramos imagens”, apenas “uma admirável manifestação de fé”, explicou o pároco de Machico. A procissão do Senhor dos Milagres culminou com uma concelebração eucarística presidida pelo Bispo do Funchal, com a presença de vários sacerdotes. A imagem voltará esta tarde à sua Capela após uma Missa às 15h e 30. Ainda em referência a 9 de Outubro de 1803, data em que uma “violenta tempestade” atingiu Machico, Santa Cruz e Funchal, celebra-se também hoje o “Patrocínio de Nossa Senhora do Monte”, padroeira da cidade e secundária da nossa diocese. O acontecimento será lembrado com uma eucaristia solene na Sé, às 18horas, presidida por Dom António Carrilho. Os cânticos litúrgicos estarão a cargo do Grupo de São Gonçalo, dirigido por Manuel Gama.

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