Migrações: Vaticano alerta para realidade dos deslocados internos (c/vídeo)

Vídeo recorda perseguição à minoria yazidi

Cidade do Vaticano, 11 ago 2020 (Ecclesia) – O Vaticano divulgou um vídeo dedicado ao próximo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, em que alerta para a perseguição da minoria religiosa yazidi, da Síria e do Iraque.

“A violência vai apenas gerar mais violência”, refere no seu testemunho Sarah Hassan, de Sinjar, no norte do Iraque, perto da fronteira com o Curdistão sírio.

A deslocada fala da experiência de fazer parte da minoria religiosa, que vive numa área disputada, sublinhando que, quando tiveram de fugir para o Curdistão, os cristãos abriram as igrejas e os muçulmanos as mesquitas para os acolher.

“Enquanto yazidis, ainda temos medo, sentimos medo neste momento”, confessa.

Com o tema ‘Forçados, como Jesus Cristo, a fugir’, o Papa convida este ano todos os católicos a conhecer mais profundamente a realidade das pessoas deslocadas internamente, tendo em vista o 106.º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, a 27 de setembro.

Cada vídeo aprofunda os vários temas propostos na reflexão de Francisco; em julho, a proposta foi “Escutar para reconciliar-se”.

“Num mundo onde todos querem ter razão, não há mais espaço para escutar. Fala-se, apenas. Mas é só através da escuta humilde e atenta que nos podemos reconciliar verdadeiramente”, diz o Papa.

A mensagem de Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2020 foi publicada em maio, pedindo que a humanidade aprenda as lições da pandemia para ajudar quem foge da sua terra.

“Durante semanas neste ano de 2020, reinou o silêncio nas nossas ruas; um silêncio dramático e inquietante, mas que nos deu ocasião para ouvir o clamor dos mais vulneráveis, dos deslocados e do nosso planeta gravemente doente”, escreve.

Ainda em maio, o Vaticano apresentou um novo documento sobre os deslocados internos, aprovado pelo Papa Francisco, em que denuncia a situação de “invisibilidade” de cerca de 50 milhões de pessoas nesta situação.

As orientações destinam-se ao reconhecimento das populações que são “obrigadas” a deixar a sua casa e a procurar refúgio dentro do seu próprio território nacional.

A Igreja Católica em Portugal está a promover até domingo a Semana Nacional de Migrações, inspirada pela mensagem do Papa Francisco, ‘Forçados, como Jesus Cristo a Fugir’, procurando apresentar “testemunhos de vida” sobre a realidade das deslocações forçadas, por causa da pobreza ou da guerra.

A Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), inspirada pela mensagem pontifícia para este ano, propõe uma dinamização em torno da conjugação de verbos, que se constituem em seis subtemas: “Conhecer para compreender; aproximar-se para servir; ouvir para se reconciliar; compartilhar e assim crescer; envolver para promover;  colaborar para construir”.

A Secção ‘Migrantes e Refugiados’ do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral é responsável pela preparação desta celebração, antecedida por uma campanha de comunicação, atualmente em curso.

OC

A OCPM decidiu lançar um desafio aos “colaboradores e agentes pastorais ao serviço da Igreja” mas também a organismos da sociedade civil.

“Queremos conhecer o percurso migratório, tomar a iniciativa de contar a sua história de vida e fazer-nos chegar todas as iniciativas, seja em formato vídeo, seja por escrito, seja gravando um áudio ou até quem tem jeito para o desenho que faça uma banda desenhada”, explica Eugénia Quaresma, diretora do organismo.

Através do endereço ocpm@ecclesia.pt os contributos recolhidos vão dinamizar a semana nacional de Migrações e projetar o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2020 (27 de setembro).

 

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