Migrações: Serviço Jesuíta ao Refugiados apela ao voto nas Europeias 2024

Organização internacional católica incentiva cidadãos a construir «a Europa que imaginam»

Bruxelas, 05 jun 2024 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta ao Refugiados-Europa (JRS Europe) divulgou hoje “quatro razões para votar nas eleições da UE”, que se realizam entre 6 e 9 de junho, centradas no acolhimento de quem deixa a própria terra.

“As próximas eleições para o Parlamento Europeu representam uma oportunidade para todos os cidadãos usarem o seu voto para ajudar a cocriar a Europa que imaginam”, assinala o JRS Europe, que está a dinamizar a campanha ‘Caro Parlamento Europeu’ para incentivar “todos os cidadãos da UE” a votar.

Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, o Serviço Jesuíta ao Refugiado Europa assinala que “quase não existem formas legais de os refugiados chegarem à UE, pelo que as pessoas empreendem viagens muito perigosas ou colocam as suas vidas nas mãos de contrabandistas”.

“Muitos perdem a vida nessas jornadas”, assinala a organização, perguntando quem quer que o próximo Parlamento Europeu “defenda a necessidade de expandir formas seguras e legais e de investir em sistemas de receção robustos”.

O JRS, que integra a Companhia de Jesus (Jesuítas), alerta para o atual sistema de acolhimento que “falha simultaneamente” tanto com os requerentes de asilo como com os Estados-Membros.

“Queremos uma UE que promova um acolhimento comum orientado para a hospitalidade, dando prioridade ao alojamento de pequena escala nas comunidades locais e onde os Estados-Membros partilhem responsabilidades e se apoiem mutuamente”, acrescenta a nota.

O documento destaca também a importância de parar dar a proteção de refugiados a terceiros, salientando que a União Europeia e os seus Estados-Membros assinam “cada vez mais acordos com países terceiros” que concordam em “readmitir requerentes de asilo que chegam irregularmente à UE”.

“Muitos violam os direitos humanos. Queremos que o próximo Parlamento Europeu analise criticamente estes acordos para garantir que não colocam as pessoas em perigo”, questiona a organização internacional, que iniciou atividade em Portugal, em 1992.

A organização internacional católica lembra também que a privação da liberdade “é uma medida extremamente desumanizante e severa”, que comprovadamente é “prejudicial à saúde física e mental das pessoas”, e alerta para “milhares de pessoas”, incluindo crianças, que estão detidas na União Europeia, por causa do seu “estatuto de imigração”, e incentiva o próximo Parlamento Europeu a implementar “alternativas à detenção”.

As Eleições Europeias 2024 começam já esta quinta-feira, decorrem de 6 a 9 de maio nos diferentes Estados-membros; em Portugal, os cidadãos são chamados às urnas no domingo.

No contexto das Eleições Europeias 2024, os responsáveis de quatro organizações representativas de Igrejas na Europa rejeitaram a manipulação de “valores cristãos” por discursos racistas; a Comissão dos Bispos Católicos da UE (COMECE) apelou a um “voto responsável”, que promova “os valores cristãos” e o projeto comunitário, e a sua plataforma juvenil – COMECE Youth Platform – elaborou um guia prático, que “pretende encorajar os jovens a votar”; o Movimento de Trabalhadores Cristãos da Europa (MTCE) lembra que é importante “manter a democracia viva” e apelou à mobilização “contra a abstenção e a ascensão dos partidos populistas”; enquanto a Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) pediu um ‘Manifesto por um debate clarificador, pela democracia e pelo futuro’.

CB/OC

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