Mianmar: Papa encontra-se com liderança budista

Fundação pontifícia considera que regime promove discriminação de minorias religiosas

Rangum, Miamar, 29 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa vai reunir-se hoje com o Conselho Superior Sangha dos monges budistas, o órgão que reúne os líderes máximos do ramo dominante nesta comunidade maioritária no país asiático.

O Cristianismo está em crescimento na antiga Birmânia, chegando aos 6% da população, embora os católicos sejam apenas 1,2% dos habitantes da nação, que seguem, na sua maioria, o budismo de tradição Theravada, centrado na figura dos monges.

O último relatório sobre a liberdade religiosa do mundo da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) aponta o dedo a “atitudes antimuçulmanas” em Mianmar, em particular por causa da campanha nacionalista “969”, promovida por um monge budista.

A AIS recorda que o Governo elaborou as “Leis de Proteção da Raça e da Religião”, que eliminam o direito à conversão e a casar com alguém de fora “da sua raça e religião”.

“Em países como a Índia, Paquistão e Mianmar, onde uma religião específica é identificada com o estado-nação, foram dados passos para defender os direitos dessa religião, por oposição aos direitos das minorias religiosas. Isto resultou em restrições mais rigorosas à liberdade religiosa dos grupos minoritários, aumentando os obstáculos à conversão e impondo maiores sanções para a blasfémia”, assinala o relatório.

Na última semana, os governos de Mianmar e do Bangladesh assinaram um memorando de entendimento que pode abrir caminho ao regresso de 650 mil refugiados rohingya, da minoria muçulmana na antiga Birmânia.

OC

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