Mianmar: Igreja Católica condena «massacre» no dia de Natal e pede fim do conflito

Pelos menos 38 civis foram mortos no leste do país

Lisboa, 29 dez 2021 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Mianmar condenou o “massacre” de pelo menos 38 civis, mortos no leste de país na véspera do Natal.

O arcebispo de Rangum, cardeal Charles Maung Bo, falou em “atrocidade dolorosa e horrível”, num comunicado divulgado esta terça-feira.

O funeral das vítimas, católicas, foi celebrado hoje, depois da necessária autorização da Junta Militar que governa o país asiático desde 1 de fevereiro; desde então, segundo uma ONG birmanesa, morreram em confrontos pelo menos 1375 pessoas.

“O funeral foi um rito fúnebre simples dirigido por catequistas, sem a Eucaristia e sem a presença de um padre, já que o exército não permitia que o pároco local chegasse à aldeia. Entre os mortos estavam dois pequenos corpos: João, uma criança de três anos, e Ágata, uma menina de 2 anos, que morreu os com seus pais”, relata a Agência Fides, do Vaticano.

O ataque do último Natal verificou-se no estado de Kayah, onde guerrilhas étnicas armadas lutam contra o exército; entre os mortos estavam ainda dois colaboradores locais da ‘Save the Children’.

A Igreja Católica convidou todos a depor as armas e travar o conflito, para evitar novos massacres.

“O facto de os corpos das pessoas mortas, queimadas e mutiladas, terem sido encontrados no dia de Natal torna esta terrível tragédia ainda mais comovente”, escreveu o cardeal Bo, presidente da Conferência Episcopal de Mianmar, manifestando a sua solidariedade à população da vila de Mo So perante este “ato ultrajante de desumanidade”.

A intervenção do arcebispo de Rangum foi divulgada pelo portal Vatican News, destacando que o Mianmar é “uma zona de guerra.”

O responsável recorda a mensagem e a oração do Papa no dia de Natal pelo Mianmar e pela libertação dos vários prisioneiros de guerra e civis que estão na prisão por razões políticas.

Francisco alertou, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ para intolerância e violência contra a comunidade cristã e os locais de culto no território da antiga Birmânia.

A ONU pediu às autoridades birmanesas uma investigação completa e transparente sobre estes atos de violência.

OC

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Agência ECCLESIA

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