Memorial da Irmã Lúcia apresentado ao público

A capela do Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, encheu-se ontem de fiéis que participaram na Eucaristia que antecedeu a inauguração do Memorial da Irmã Lúcia. À entrada, D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, descerrou um painel em azulejo com a imagem de Lúcia junto de Nossa Senhora de Fátima com a inscrição “O Mundo para mim é apenas o caminho para Deus”. O memorial é um edifício de dois pisos, projectado por Florindo Belo Marques, que recria a cela onde a Irmã Lúcia viveu durante 55 anos. O espaço, situado ao lado do Carmelo, expõe agora boa parte do que foi guardado em 60 malas, num espólio a que se acrescentam objectos pessoais tão simples como a saia que vestiu quando entrou no carmelo ou a caixa de costura “Um dia, depois da minha morte, hão-de apreciar estas coisas. Guarde-as, padre”. A frase é de Irmã Lúcia e foi transmitida pela vidente de Fátima ao Pe. Pedro Lourenço Ferreira, seu confessor na altura. Hoje, o Provincial das Carmelitas Descalças não tem dúvidas de que tudo o que foi guardando é revelador de “uma grande mulher”. D. Albino Cleto realçou que Coimbra ganha com este espaço “mais um valor”, o “sinal de uma pessoa” que “viveu com o coração cheio de Deus, feliz”. Na inauguração, o Bispo de Coimbra frisou que o memorial “será um livro da vida de Irmã Lúcia, um livro humilde de uma vida humilde”, onde se podem ler “belezas e maravilhas que, às vezes, não encontramos nos grandes sábios ou heróis”. “Se a sabedoria é saber ler livros, mais sabedoria é saber ler o livro da vida. E este memorial será o livro da vida da Irmã Lúcia”, afirmou na cerimónia de bênção do espaço que vai abrir ao público a partir de segunda-feira e que pretende recordar a vida da vidente, que passou os últimos 55 anos de vida no Carmelo de Santa Teresa, onde faleceu em 2005. “É um livro humilde de uma vida humilde. Mas a sabedoria é isso, é saber ler as vidas humildes”, continuou D. Albino Cleto, para quem o espaço “há-de tocar na fé” dos visitantes. “Aqui, é um memorial dedicado à vida de uma Pastorinha. O que fez grande essa vida? A Irmã Lúcia encantou-se respeitosamente por Deus e por isso a sua vida é um livro”, considerou o Bispo de Coimbra. As irmãs do Carmelo de Santa Teresa não participaram na cerimónia de inauguração do espaço que elas próprias idealizaram, mas, do lado de lá das grades, durante a missa, Celina de Jesus, madre superiora do convento, deu conta da “maior alegria” da comunidade ao ver a obra à disposição de todos. “Como diria Irmã Lúcia, é tudo por causa de Nossa Senhora”, concluiu. “Que este lugar seja um apelo à mensagem de Fátima que a Irmã Lúcia procurou viver ali ao lado”, no Carmelo, defendeu o Pe. Pedro Lourenço, perante os presentes, entre os quais estavam o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, o presidente da Região de Turismo do Centro, Pedro Machado, o Reitor do Santuário de Fátima, Mons. Luciano Guerra, e o Pe. Luís Kondor, postulador da Causa da Canonização dos Pastorinhos. (Com agências)

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