Mediterrâneo: Cáritas convida portugueses a gesto simbólico por migrantes

Lisboa, 22 abr 2015 (Ecclesia) – A Cáritas apela a todos os portugueses que tenham um gesto simbólico durante este domingo para com quem procura melhores condições de vida arriscando-a ao atravessar o mar Mediterrâneo.

"Vamos pedir a todos os portugueses que tenham uma peça de pano branca na janela, na varanda de casa para que digam que estão indignados pelos milhares de pessoas que têm sido engolidas pelo oceano", explicou esta quarta-feira o presidente da Cáritas Portuguesa.

À Agência ECCLESIA, o responsável disse que vão pedir ainda às comunidades católicas que nas Eucaristias uma das preces seja "dirigida a Deus", para que ajuda a encontrar "soluções para vencer este problema".

Depois, a instituição católica de caridade vai apelar concretamente às famílias crentes que numa das refeições façam uma oração e às não crentes um minuto de silêncio.

"Para se lembrarem que estão a comer mas existem muitas pessoas que têm de se pôr em barcos, em condições de uma insegurança total, por não terem comida", acrescentou Eugénio Fonseca.

O objetivo e aspiração era uma mobilização em massa da sociedade para uma manifestação na rua, como a que se realizou em Paris, França, pela liberdade de expressão aquando os atentados  ao jornal satírico ?Charlie Hebdo?, mas ?não era garantida? a adesão, revela o entrevistado que aponta para uma ?sociedade civil pouco consistente?.

?O que está em causa no mediterrâneo não é uma questão de liberdade de expressão mas atentado à dignidade humana, aos direitos humanos que estão na base no fundamento da liberdade de expressão?, desenvolveu o presidente da Cáritas Portuguesa.

Segundo Eugénio Fonseca ainda existem "preconceitos" em relação aos migrantes que veem "roubar postos de trabalho" e, nesse sentido, observa que é preciso investir nesses países para que existam condições de "mais paz, mais diálogo e crescimento da riqueza".

"As pessoas metem-se nos barcos porque preferem morrer no mar do que morrer de formas muitas vezes dramáticas, pelas armas, de fome, porque podem ter a sorte de chegar ao porto", observa o responsável.

CB/PR

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