Campanha de Natal da Fundação AIS ajuda população atingida por crise social e económica
Lisboa, 22 nov 2022 (Ecclesia) – A irmã Maria Lúcia Ferreira, religiosa portuguesa na Síria, enviou uma mensagem para A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) onde descreve “a situação péssima” naquele país com “gente a passar fome”.
“A crise económica em consequência dos longos 12 anos de guerra e das sanções impostas ao regime de Damasco, está a conduzir a população da Síria para uma situação dramática”, lê-se na mensagem da AIS, enviada à Agência ECCLESIA.
A consagrada portuguesa que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, na vila de Qara, diz que “há gente a passar fome”, e descreve uma população “empobrecida que vive praticamente sem eletricidade e que agora vai ter de enfrentar os duros dias de inverno que se avizinham também sem acesso a combustíveis”.
“A situação económica na Síria está realmente péssima, há gente já a passar fome, sobretudo nas grandes vilas e nas cidades, pois a guerra destruiu muitos postos de trabalho e muitas estruturas no país”, explica esta religiosa que é mais conhecida como irmã Myri e que pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia.
O empobrecimento das populações é consequência “não só das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos e União Europeia ao regime de Bashar al-Assad, da desvalorização constante da moeda local face ao dólar, como ainda da epidemia do Covid-19 que deixou o país bastante fragilizado”, lê-se no comunicado.
Toda a situação de “enorme fragilidade” acentua-se com a chegada dos dias frios de Inverno.
Este ano, as famílias vão, muito provavelmente, passar frio pois comprar o mazut (óleo para o aquecimento), que se utiliza habitualmente, ou lenha, tornou-se extremamente caro e a eletricidade é quase inexistente!”.
Face a toda esta realidade, a irmã Myri agradece a ajuda da Fundação AIS, que este ano encomendou, para a Campanha de Natal, algumas peças de artesanato bordadas em lã por mulheres cristãs da vila de Qara, onde está situado o Mosteiro de São Tiago Mutilado.
“Iniciativas destas realmente são uma bênção”, diz a religiosa portuguesa pedindo, “se possível”, novas encomendas.
LFS/OC