Médio Oriente: Líderes católicos preocupados com a violência no Egito

Bento XVI recebeu no Vaticano o patriarca latino de Jerusalém

Cidade do Vaticano, 13 out 2011 (Ecclesia)  – Bento XVI recebeu hoje no Vaticano o patriarca latino de Jerusalém, D. Fouad Twal, com quem partilhou preocupações sobre a situação dos cristãos no Egito, revelou este último.

Em declarações à Rádio Vaticano, o patriarca Twal agradeceu ao Papa a atenção que tem dedicado à Terra Santa e à “questão da paz em todo o Médio Oriente”.

“Vemo-la em todos os seus pronunciamentos, quer em favor da paz no Egito, feito nestes dias, quer dirigido a todos nós. O Papa pensa em nós, pensa na paz para todos”, disse o responsável pela comunidade católica de Jerusalém, que participou, em Roma, na reunião da Conferência dos Bispos Latinos das Regiões Árabes (Celra).

Na audiência pública de quarta-feira, que decorreu na Praça de São Pedro (Vaticano), o Papa mostrou-se “profundamente entristecido” com a situação, criticando as “tentativas de minar a coexistência pacífica” entre as comunidades do Egito num “momento de transição” em que é essencial “salvaguardar” a “unidade nacional”.

Milhares de pessoas assistiram na noite de segunda-feira aos funerais de 17 dos 25 manifestantes mortos nos confrontos do Cairo, surgidos durante uma manifestação de cerca de mil cristãos coptas em protesto pelo incêndio de uma igreja no sul do país.

Os incidentes são considerados como os mais graves desde as manifestações que, em fevereiro deste ano, levaram à queda de Hosni Mubarak.

D. Fouad Twal, de nacionalidade jordana, diz que a “primavera árabe” é “como um semáforo, que antes estava sempre vermelho – ninguém podia atravessar e ninguém podia abrir a boca – e agora está verde”.

“Aquilo que pedimos é liberdade de consciência, que cada um segundo a sua consciência – quer se converta ao islão, quer se converta ao cristianismo – se expresse com liberdade, uma liberdade interna diante de Deus e da história. É disso que nós precisamos, mas de certo modo ainda estamos distantes dessa liberdade”, acrescenta.

Já a embaixadora egípcia junto da Santa Sé, Lamia Mekhemar, afirmou que se reuniu com autoridades da Santa Sé, as quais lhe expressaram a preocupação do Papa pela situação da minoria cristã no país africano.

A recente onda de violência no Cairo motivou uma reação do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), pela mão do seu presidente, o cardeal Péter Erdo, que em comunicado enviado à Agência ECCLESIA manifesta a “proximidade” destes bispos aos cidadãos do Egito.

Em particular, é deixada uma palavra de solidariedade aos “irmãos coptas”, atingidos pela “violência assassina contra a paz, a harmonia entre religiões, a liberdade e a dignidade humana”.

OC

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