Presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais está em Fátima para promover diálogo com a «cultura digital»
Fátima, Santarém, 29 set 2011 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS) disse hoje em Fátima que a Igreja Católica está a “procurar respostas” e ver “o que pode fazer” para dialogar com a “cultura digital”.
“Os instrumentos tecnológicos mudam a nossa vida”, disse D. Claudio Celli, alertando que “nem tudo é positivo” nesta transição.
O arcebispo italiano respondia aos jornalistas presentes nas Jornadas de Comunicação Social 2011, promovidas pela Igreja Católica entre quinta e sexta-feira, tendo como tema «Era digital: revolução na cultura e na sociedade».
Segundo o responsável, “o Papa dá uma leitura positiva deste movimento tecnológico, mas está consciente dos limites”, como, por exemplo, “a perda do gosto pelo silêncio” e o desaparecimento do “sentido do outro”.
O homem do Vaticano para os media referiu que “em muitas partes da humanidade não é permitido o acesso à Internet”, algo que “significa não participar num caminho de desenvolvimento social”.
Outra problemática “complicadíssima” abordada pelo prelado foi a da proteção de menores na Internet, que considera “uma tarefa da Igreja”.
“Há que falar das problemáticas que as famílias enfrentam hoje, todos os dias”, apontou.
Comentando o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2012, «Silêncio e palavra, caminho de evangelização», divulgado esta manhã, o arcebispo Celli disse tratar-se de um “desafio” para todos.
“A Igreja deve ajudar a recuperar uma dimensão humana profunda da comunicação”, indicou.
Para o prelado, há que lamentar a ausência de páginas católicas na Internet que procurem apresentar os “grandes valores do ensinamento social da Igreja”.
“Temos dificuldades em expressar, com uma linguagem de hoje, digital, os valores que temos”, confessou.
Nesse contexto, foi revelado que cerca de metade das dioceses católicas no mundo têm página na Internet, mas em muitos casos esses sites são “velhos” e desadequados face às exigências dos utilizadores atuais.
O presidente do CPCS apresentou ainda um “balanço positivo” dos primeiros meses do novo portal de notícias do Vaticano, «news.va», com cerca de 13 mil acessos diários.
“Havia um desejo de nos situarmos como uma presença noticiosa”, admitiu, falando numa “resposta discretamente positiva” por parte dos cibernautas.
A página, que começou em italiano e inglês, está já disponível em espanhol e deve passar para francês “antes do Natal” e português “nos primeiros meses do próximo ano”.
D. Claudio Celli espera que, com o passar dos anos, a comunicação se torne “mais profunda, mais atenta”.
“Já vimos que é preciso mudar algumas coisas”, a nível das tecnologias e de “comunhão operativa” dentro dos próprios meios do Vaticano, referiu.
«News.va» apresenta-se como uma página multimédia, com notícias, áudios e vídeos dos vários órgãos de comunicação da Santa Sé.
“Estou contente, mas teremos de intervir para que seja mais imediata, mais rapidamente”, aumentando a “qualidade do serviço”, disse o presidente do CPCS.
Relativamente à sua presença em Portugal, o arcebispo disse ter a intenção de “escutar” e ver o que a Igreja Católica está a fazer “no campo da comunicação”.
Os trabalhos das jornadas têm transmissão em direto no portal Sapo, que disponibiliza uma página em tempo real no seu site de vídeos, e em http://www.ecclesia.pt/jornadas2011/
OC